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Clínica médica é a especialidade mais procurada por médicos no Brasil

Clínica médica é a especialidade mais procurada por médicos no Brasil

Foto: prostooleh/Freepik

Clínica médica, pediatria, cirurgia geral e ginecologia e obstetrícia são, nesta ordem, as especialidades com maior número de profissionais de medicina no país. Juntas concentram 38% do total de especialistas que atuam no território nacional. A informação integra o estudo Demografia Médica no Brasil 2020, realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Universidade de São Paulo (USP).

Iniciada em 2010, a publicação chega a sua quinta edição, apresentando dados da população médica brasileira, que atingiu a marca histórica de 500 mil profissionais no momento mais delicado vivido pela saúde: o enfrentamento à pandemia da Covid-19. Com esse total, a média nacional é de 2,38 médicos para cada mil habitantes. “Trata-se do maior quantitativo e da maior densidade já registrados”, afirma o estudo.

No entanto, o aumento da força de trabalho não tem sido suficiente para solucionar a escassez de mão de obra em determinadas regiões, tendo em vista que a distribuição geográfica dos profissionais segue em desigualdade.

De acordo com o estudo, as regiões Norte e Nordeste apresentam médias inferiores à nacional, sendo 1,3 e 1,69 médicos para cada mil habitantes, respectivamente. Os estados do Pará e do Maranhão são os que possuem menor disponibilidade de profissionais.

Por outro lado, as maiores concentrações são observadas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, que têm médias superiores à nacional, sendo de 3,15 e 2,74 médicos para cada mil habitantes, respectivamente. Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo apresentam, nesta ordem, os maiores quantitativos de profissionais em relação à população.

Principais especialidades

Em percentuais, a especialização em clínica médica concentra 11,3% dos profissionais. O recorte das dez principais especialidades mostra, ainda, pediatria (10,1%), cirurgia geral (8,9%), ginecologia e obstetrícia (7,7%), anestesiologia (5,9%), medicina do trabalho (4,6%), ortopedia e traumatologia (4,1%), cardiologia (4,1%), oftalmologia (3,6%) e radiologia e diagnóstico por imagem (3,3%).

Gênero e idade

O estudo também apresentou informações sobre gênero e idade dos profissionais. Nesses aspectos, a classe médica tem se tornado mais feminina e jovem no decorrer dos anos. A idade média dos médicos brasileiros é de 45 anos.

Apesar de os homens ainda serem maioria entre os profissionais (53,4%), a diferença vem diminuindo a cada ano. A série histórica mostra que, na década de 60,87% dos médicos no país eram homens e apenas 13% mulheres.

A partir dos anos 1970, essa disparidade começa a reduzir de forma gradativa. Os percentuais passam, então, para 84,2% e 15,8%. Nos anos 2000, o público masculino representava 64,2% da classe, enquanto o feminino somava 35,8%. Em 2010, os percentuais chegaram a 60,1% e 39,9%

A presença feminina é maior nos grupos mais jovens. Entre os médicos com idade até 29 anos, as mulheres são maioria (58,5%). O mesmo ocorre na faixa etária dos 30 aos 34 anos, em que representam 55,3% do total de trabalhadores.

No grupo de médicos entre 35 e 39 anos, a diferença é bem pequena: as mulheres representam 49,7% dessa parcela, ante 50,3% dos homens. Entre os profissionais com 40 anos ou mais, elas perdem participação.