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Global Entry: um grande aliado para novas oportunidades de negócios entre Brasil e Estados Unidos

Foto: Pixabay

Após alguns anos de negociação, finalmente, em 2022, o Brasil passou a fazer parte dos países que possuem acordo com o governo estadunidense para facilitar a entrada de estrangeiros em território norte-americano. Desde 7 de fevereiro, o País aderiu ao programa Global Entry, que permite agilizar o processo de admissão de passageiros frequentes, de baixo risco e previamente aprovados, nos Estados Unidos. 

O programa é administrado pela Autoridade de Aduanas e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP), e garante ao aprovado alguns benefícios, como redução de espera na entrada nos EUA, necessidade de menos papel e acesso à entrada expressa em outros países. Argentina, Colômbia, Reino Unido, Alemanha, Panamá, Singapura, Coreia do Sul, Suíça, Taiwan e México também já fazem parte do Global Entry.

E para nós, brasileiros, o que muda ao viajar? Em primeiro lugar, o processo de qualificação do programa é bastante exigente, principalmente, se considerando os critérios de imigração para os EUA e o nível de acesso a informações dos viajantes. 

Se olharmos os últimos acontecimentos, é possível verificar uma certa tentativa de flexibilização nas exigências migratórias de forma recíproca. De um lado, o Brasil deixou de exigir o visto de visita aos americanos que vêm ao Brasil a turismo e negócios. Já o Secretário de Estado Americano, no que lhe concerne, instruiu os Consulados Americanos no Brasil a isentar alguns candidatos de entrevista para solicitação de vários tipos de vistos, inclusive o de trabalho mais comum, conhecido como L-1. 

Mas, em resumo, com essa entrada do Brasil no Global Entry, tanto quem pretende migrar quanto viajantes frequentes, o processo torna-se muito mais ágil e rápido. Isso porque não é preciso apresentar-se para uma entrevista com o agente de imigração. As facilidades também incluem o autoatendimento, que está disponível na maioria dos aeroportos americanos. Ou seja, não é necessário aguardar mais na mesma fila que todos os outros passageiros que chegam nos EUA via aérea de todos os lugares do mundo. 

Lembrando que o objetivo do Global Entry é acelerar o processo de admissão dos viajantes. Isso não elimina a necessidade de passarem por uma rigorosa verificação de antecedentes e pela entrevista pessoal. E, sempre há o risco de ser selecionado para exames adicionais ao entrar nos Estados Unidos. 

E quanto ao visto? O programa seria um substituto para ele?  Essa é uma dúvida constante. Mas a Global Entry não substitui a exigência do visto e nem todos os tipos de vistos estão qualificados para utilização do programa, como, por exemplo, o H-3, utilizados para trainee, ou vistos K, para familiares de cidadãos norte-americanos. Crianças e adolescentes também podem inscrever-se com o consentimento do responsável já que o benefício do programa é pessoal e não se estende a familiares.

Porém, não podemos negar que o Global Entry é um avanço importante e considerável  que vem auxiliando diversos países ao criar alternativas mais ágeis na imigração. A associação do Brasil neste programa facilita não só a vida de quem realiza viagens frequentes, de uma maneira mais fácil e menos burocrática, como também abre também um caminho para desenvolvimento de negócios entre os países.  

Rafael Pavanelli, Gerente Regional de Imigração- Américas da Crown Worldwide no Brasil