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Bom Despacho (MG) já tem a Avenida “Professor Jacinto Guerra”

A Câmara Municipal de Bom Despacho acaba de aprovar, por unanimidade dos seus 9 integrantes, o Projeto de Lei 53/2021, de 11 de maio de 2021, de autoria do vereador Marquinho da Copasa (Avante), pelo qual passa a denominar-se “Avenida Professor Jacinto Guerra” o logradouro público atualmente denominado Avenida dos Pequis, que é a continuação da Avenida Doutor Roberto, no Bairro Ana Rosa, em Bom Despacho (MG).

Caberá ao prefeito municipal de Bom Despacho, Bertolino da Costa Neto (Avante) sancionar, nos próximos dias, o projeto de lei do legislativo municipal.

Justificativa do projeto

Vereador Marquino da Copasa (Avante), autor do projeto de lei, e o prefeito de Bom Despacho, Bertolino da Costa Neto (Avante)

Ao apresentar o projeto de lei, o vereador apresentou a seguinte justificativa. Jacinto Guerra nasceu em Bom Despacho (MG), em 16 de julho de 1935. Diplomado em Letras, fez pós-graduação em Educação, extensão universitária em Ciência Política e Cultura Portuguesa (Univ. de Evora, Portugal). Vereador e presidente da Câmara turismo. Foi para Brasília em 1980. Assessor na Secretaria Municipal de Educação de Municipal de Bom Despacho, tendo sido também secretário municipal de cultura e, em Belo Horizonte, professor universitário, assessor de cerimonial do Ministério da Justiça, assessor na Secretaria de Cultura do Distrito Federal, pesquisador do Memorial JK, presidente da Fundação Cultural de Bom Despacho. Premiado em concurso literário. Colaborou em vários periódicos. Pertenceeu à Associação Nacional de Escritores. Autor da proposta de criação do Museu do Escritor (ANE). Participou das antologias Cronistas de Brasília, vol. 1, 1995, org. de Aglaia Souza; O prazer da leitura, 1997 (organizado em parceria); Antologia do conto brasiliense, 2004, organização de Ronaldo Cagiano. Bibliografia: A lenda de Bom Despacho, 1985; JK — triunfo e exílio, 1988; O gato de Curitiba, 1994; Arraial da Senhora do Sol, 1997; Gente de Bom Despacho — história de quem bebe água da Biquinha, 2003; JK —um comício em Goiás, 2005; Oficinas culturais, 2007; Uma casa navega no mar, 2008; O cavaleiro andante, 2010; Viagem a Vila Verde, 2013. Morreu em 22 de fevereiro de 2019, em Brasília, aos 84 anos bem vividos. Um livro que retrata mais uma vez toda uma paixão do autor por suas origens, assim como a história, cultura, religiosidade e valores da terra, revelando lugares e, sobretudo, o talento de sua gente, que se destaca na literatura, na ciência, nas artes, na política, não somente na região, mas no Brasil e em várias partes do mundo.

Quem foi Jacinto Guerra

Saudoso professor Jacinto Guerra,
morto em Brasília, em 2019, aos 84 anos

O professor e escritor Jacinto Guerra, brasileiro de Bom Despacho, Minas Gerais, viveu parte de sua infância e adolescência em Moema, antigo arraial do Doce, na época uma pequena vila entre Lagoa da Prata e Bom Despacho. Desde pequeno ajudava sua mãe, que era professora e depois Agente Postal, e seu pai, num pequeno negócio para o comércio na região.

Em Moema, Jacinto trabalhou numa padaria e, mais tarde, numa loja de tecidos. Ajudava nos trabalhos da casa, buscando água na mina do Chico Marejai para o consumo de casa, e água do Açude para o banho. Nesse período, teve intenso contato com a natureza em chácaras, sítios e fazendas da região.

Aprendeu a nadar no Açude e nos córregos que ficam próximos do antigo arraial. “Para aprender a nadar, tínhamos o hábito de engolir peixinhos muito pequenos, as piabinhas. Gostávamos também de comer bundas de tanajura assadas.  Eram uma delícia!”, revela o professor. E ele nos fala de mais algumas de suas doces memórias: “Em Moema, plantei e em e de pequenas hortas em nosso quintal, buscava leite na Fazenda do Doca, criei filhotes de passarinhos — especialmente periquitos, trabalhei como auxiliar de fotógrafo “lambe-lambe” numa das grandes festas populares da cidade.  Desde muito cedo, acompanhei com interesse a vida cultural da cidade, principalmente o Reinado de N. Sra. do Rosário, também conhecido como Congado, festa afro-brasileira muito popular no interior de Minas”. “Depois vieram os novos tempos de Bom Despacho, de Belo Horizonte. Os sonhos da juventude, o casamento com Nilce Coutinho, a vida de família, o nascimento dos filhos, a profissão de educador. Uma temporada no Rio de Janeiro; as viagens pelo Brasil e pelo mundo – América do Sul, Itália, Grécia e outros países, especialmente Portugal, com altos momentos em Évora, Vila Verde, em Lisboa, no Porto. E coisas muito especiais em Brasília, Patrimônio Cultural da Humanidade”.