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Círio de Nazaré

Turistas e romeiros unidos pela fé e encanto do Círio de Nazaré em Belém

Nilton Guedes*

Aos poucos, embora o Pará dê mostras de melhora quanto ao atendimento de casos da nefasta pandemia da Covid 19, que no Brasil ceifou mais de meio milhão de vidas, ainda está longe o retorno à normalidade. A vacinação, em que pese o esforço conjunto do Governo do Estado e da Prefeitura de Belém, não conseguiu alcançar 20% do total esperado, apesar da contínua campanha feita sobre ser a imunização da população a melhor forma para controlar o assustador número de mortes. Na esteira deste cenário de caos, grande é a expectativa por uma tênue que seja recuperação do setor do turismo, no qual o segmento religioso foi um dos mais duramente atingidos.

Com a chegada do segundo semestre do ano, a festa religiosa do Círio de Nossa Senhora de Nazaré (realizado no segundo domingo de outubro), que desperta o interesse de expressivo número de visitantes em se deslocar até a capital, Belém, ainda é uma incógnita. Este será o segundo ano sem procissões e, também, sem a tradicional e espantosa maior procissão religiosa do país: cerca de dois milhões de devotos nas romarias que acontecem em homenagem à padroeira Nossa Senhora de Nazaré.

Enquanto a Arquidiocese não se manifesta quanto à mudança, o Círio de Nazaré acontecerá no formato do ano passado: virtual. Segundo o supervisor técnico do Dieese-PA, Roberto Sena “não dá para calcular o impacto na economia, mas certamente será grande. O Círio é tão importante que muitas famílias tiram o sustento principal em outubro e vivem com este dinheiro até o final do ano. Os atores são o entregador de água, o vendedor de sorvete, os que fazem fitinhas, o entregador de lanche, os que vendem imagens, etc.”.

Por sua vez, o cartaz do Círio 2021 traz referências à pandemia e pede paz, já que um dos símbolos da festa católica é marcado pela cor branca e também por ramos que sugerem um pulmão. Segundo o arcebispo metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, em mensagem divulgada por ocasião da amostragem “a cor branca quer indicar no lírio a pureza da Virgem Maria, imaculada, sem a mancha do pecado original. O ouro aplicado no título é luz, é sol”. O cartaz traz, também, ramos que fazem o pano de fundo para a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, lembrando um pulmão, para retratar o sofrimento causado pela pandemia. “Desejamos que o sopro de Deus, a ação do Espirito Santo, aquele que cobriu a Virgem Maria com sua sombra, venha sobre todos os enfermos e de modo especial sobre todos os profissionais de saúde, tantos deles também vestidos de branco”, explicou Dom Alberto.

O cartaz foi divulgado pela Arquidiocese de Belém, diretoria da Festa de Nazaré, Paroquia de Nossa Senhora do Desterro e os Padres Barnabitas no dia 31 de maio, após a celebração eucarística. A programação contou com a coroação de Nossa Senhora de Nazaré e subida da imagem original para o Glória, localizado no Altar-Mor da Basílica Santuário.

*Vice-Presidente da Abrajet Nacional, editor geral do Grupo Estado de Comunicação Digital,Diretor geral da Agência de Notícias Gerais