Diplomacia e Turismo

Tendências no Turismo

Colunista Patrícia Coutinho*

Não é fácil prever tendências no turismo quando a cada semana o mundo nos apresenta uma nova variante do vírus ou um novo protocolo sanitário a ser seguido.

A última é que alguns países estão determinando o tipo de vacina que irá definir quem entra e quem não entra: europeus, por exemplo, só aceitam visitantes com imunizantes aprovados pelo bloco, enquanto os chineses reconhecem apenas as vacinas chinesas e aplicam as mesmas regras. Será que o nacionalismo de imunizantes irá ditar o mercado nos próximos meses?

O fato é que muitas coisas, a meu ver, vão voltar como dantes no quartel d´Abrantes e outras, vão evoluir sim, segundo os novos costumes adquiridos por essa clausura necessária de mais de 16 meses (e contando…).

Inevitavelmente a impossibilidade de viajar por tanto tempo está gerando uma grande demanda reprimida e o aumento da percepção da importância deste setor que em 2018 correspondeu a mais de 10% do PIB mundial e 8,1% do PIB Brasileiro, de altíssima empregabilidade, limpo, democrático, que preserva e incentiva a cultura, meio ambiente e gastronomia.

Mesmo antes o turismo já estava pressionado por novos participantes disruptivos como o Airbnb, mas o setor, contudo, é resiliente e criativo, e a paixão dos viajantes não parece ter sofrido impacto (pelo contrário!).

A tendência são estadias mais longas ante a possibilidade de se trabalhar e estudar remotamente. Aposta-se também no crescimento do turismo voltado ao bem-estar físico e mental do viajante, assim como o turismo regenerativo, onde há comprometimento com o destino e a comunidade local.

Já existiam, mas consolidam-se, os quiosques e aplicativos para check in virtual, QR code para refeição, café da manhã nos quartos, maior flexibilidade nas políticas de cancelamento e reembolso, eventos com público presencial e on line e o Buyout, onde se fecha um hotel para um único grupo.

O turismo e o conceito de economia criativa se alinham cada vez mais, com os meios de hospedagem se tornando espaços públicos com serviços diversos, incluindo hospedagem e Day Use para o público local.

O turismo doméstico segue forte no segundo semestre de 2021 e, para os brasileiros ávidos por viajar para o exterior, vale pesquisar, pois, alguns países já abriram suas fronteiras, como Canadá, França, Suíça, Finlândia, México, Colômbia, Bahamas, etc.

Com a população vacinada, sem protecionismos fora de moda, e nenhuma outra variante do vírus para nos assombrar, a aposta é que 2022 seja um ano excepcional para o turismo. Oxalá!

*Patrícia Coutinho é advogada, empresária de turismo, ex-presidente da ABIH-Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (MG) e ex-diretora de Relações Internacionais da ABIH Nacional