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Vinhos da Serra fluminense

Quando se fala em vinhos produzidos no Brasil, dificilmente pensamos na produção em terras fluminenses, não é mesmo? Mas, quando falamos em vinhos brasileiros, sempre temos surpresas boas no que tange à expansão de fronteiras produtoras. Atualmente, já temos notícia de mais de quatro vinícolas instaladas na serra fluminense, com produtos de excelente qualidade já disponíveis no mercado.

O projeto pioneiro veio em 2010, com a família Aranha e seu projeto vitivinícola no distrito de Paraíba do Sul, conhecido como Sebollas, hoje a Vinícola Inconfidência. Em 2015, a produção se estendeu aos vizinhos, que identificaram a qualidade dos vinhos Sauvignon Blanc, Merlot, Cabernet Franc, Syrah e alguns cortes nobres, elaborados com uvas próprias, todos de vinhedos manejados com dupla poda. A Inconfidência possui atualmente cantina implantada, funcionando e vinifica seus próprios vinhos e os de produtores de Areal, Itaipava e Teresópolis.

A Vinícola Real das Ruínas, que tem em sua propriedade uma ruína do séc XVIII, fica em frente à Inconfidência, entre a localidade de Inconfidência (antiga Sebollas) e o distrito de Secretário (Itaipava), em um trecho às margens da Estrada Real. “A região faz parte da História do Brasil colônia e a ruína é tombada pelo Patrimônio Histórico. A primeira colheita está prevista para agora, julho de 2022. Das mil mudas plantadas em 2018, 60% são de Syrah. Na propriedade ainda, cepas de Sauvignon Blanc, Merlot e Tannat.

Em São José do Vale do Rio Preto,a família Tassinari, bem-sucedida na produção de café, já caminha bem na transição para as vinhas. A família Eloy também implementa vinhedos em Areal Itaipava. Notícias também da Fattoria Vinhas Altas, no município de Teresópolis, a cerca de 1.200 metros de altitude perto da estrada para Nova Friburgo.

A novíssima Terras Frias, com vinhedos a 1100 metros de altitude, em Nova Friburgo, já produziu seu primeiro vinho também. Produzidas 3600 garrafas, manualmente numeradas, das quais quase mil vendidas, da safra 2021. Vinhos finos, de alta qualidade, monovarietais que mostram as características peculiares de cada uva, sob a batuta do enólogo Vagner Marchi, filho de viticultor e com mestrado em Montpellier, na França. A escolha preferencial e de melhor adaptação no caso, foi a Cabernet Franc, com cachos menos densos, que não encharca com muita chuva (característica da região serrando Rio) e não apodrece facilmente. 

Fato histórico e que vale mencionar, é que se tem notícia também de que Nova Friburgo já teve produção de vinhos, com documentos que comprovam até incentivos fiscais por parte da Câmara de Vereadores locais pelos idos de 1880. Voltada para consumo próprio, entre os colonizadores, sendo que o destaque na época era o vinho verde. Realmente, nosso Brasil surpreende com a expansão da produção vitivinícola a cada ano. Temos muito o que brindar! Seguem alguns rótulos fluminenses interessantes que valem muito a pena (não obstante a produção ainda bem restrita e limitada) tentar adquirir e conhecer:

  • Mateus – Vinícola Inconfidência
  • Luísa – Vinícola Inconfidência
  • O Primeiro – Família Tassinari
  • Syrah/Syrah – Família Eloy
  • Uberto Molo – Fattoria Vinhas Altas