Você sabia que o conceito de escuta ativa surgiu a partir do campo da psicologia e da comunicação interpessoal? Uma das influências significativas foi o psicólogo Carl Rogers, que enfatizava a importância da empatia e da compreensão nas relações humanas.
Rogers foi uma das referências para o psicólogo Marshall Rosenberg, o sistematizador da Comunicação Não Violenta. Ele propôs um modelo de comunicação que valoriza a escuta empática e, assim, abre caminhos para a expressão autêntica de sentimentos e necessidades em busca soluções colaborativas.
“A escuta ativa é uma habilidade essencial na Comunicação Não Violenta, pois permite a compreensão profunda dos próprios sentimentos e necessidades em harmonia com o que é importante para a outra pessoa”, explica Thais Gonzales, especialista em comunicação empática e trainer da Interhunter Academy, consultoria de educação corporativa.
Segundo ela, ouvir atentamente e mostrar interesse verdadeiro no que o outro diz são formas de gerar conexão na comunicação. “A escuta ativa nos ajuda a evitar respostas defensivas, a sair de um comportamento agressivo e a fazer julgamentos. É uma habilidade essencial para promover relações saudáveis na vida e no trabalho”, acrescenta Thais.
A escuta ativa envolve 4 princípios fundamentais:
Estar presente é o primeiro passo: observe a sua atenção, pensamentos e sentimentos. Depois, busque a conexão com as necessidades da outra pessoa;
Acolher o que escuta: tenha consciência do que chega até você;
Colaboração e conexão: refaça o que escuta com cuidado;
Desapego: deixe de lado diagnósticos, rótulos e cresças. Tenha a consciência de que os seus julgamentos não são verdades.
“A escuta ativa é um ato de generosidade, respeito e empatia que nos ajuda a criar um ambiente seguro e acolhedor para a expressão de ideias, o desenvolvimento de soluções criativas e a resolução de conflitos”, ressalta a nossa trainer e facilitadora da Comunicação Não Violenta.
Essa é uma habilidade e, portanto, pode ser aprimorada.
Por onde começar? Pratique as 5 atitudes listadas abaixo:
Mostre empatia: use expressões, como “escuto o que você me diz”, “parece que isso é importante para você”, “me conecto com essa necessidade”;
Aprenda a lidar com o silêncio: você não precisa falar, dar soluções ou fazer comparações para que o outro se sinta melhor. Escutar é lidar com o silêncio também;
Evite distrações: concentre-se totalmente no que a pessoa está falando sem pensar nos problemas que você tem para resolver;
Faça perguntas: demonstre interesse para entender melhor a situação e, assim, a comunicação será mais eficaz;
Não interrompa e nem antecipe o pensamento da pessoa: deixe que ela termine de falar. Então, você pode checar se escutou corretamente o que ela quis comunicar.