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A razão de viver

Crônica: Abelardo Jurema Filho | abelardojurema@hotmail.com

Foram dias difíceis, de grandes perdas e sacrifícios. O ano de 2021 vai chegando ao fim sem deixar saudades, embora tenha sido um tempo de superação e de aprendizado sobre os verdadeiros valores da humanidade. No terreno pessoal, afora alguns problemas de saúde, absolutamente contornáveis, que superei com a força da fé e da ciência dos
homens, chego até aqui esbanjando vitalidade, juventude e vontade de viver.

No campo profissional, avancei bastante. Consolidei a coluna do Abelardo on-line, durante os 365 dias do ano; acresci
significativamente o número de leitores e fortaleci a sua penetração e conceito perante os diversos segmentos da
sociedade paraibana, inclusive, entre a juventude, necessária à renovação do nosso trabalho. Conquistei assinantes, parceiros e colaboradores. Trouxe de volta a Feijoada do Abelardo, que ressurgiu ainda mais vigorosa e temperada, com
uma frequência recorde e um volume de apoiadores ainda maior do que em suas edições anteriores.

Aqui em A União, onde passei a ocupar esse importante espaço a convite de sua direção, ao lado de consagrados nomes das
letras paraibanas, completo 72 semanas sem faltar aos leitores, mantendo o meu compromisso com a verdade e a informação, opinando, comentando, criticando e enaltecendo o que me parece justo e em favor do bem comum. Para o ano que se aproxima, a expectativa não poderia ser mais instigante e motivadora: estarei completando 50 anos de jornalismo, um marco importante na vida de qualquer profissional. Ainda recordo, com alegria, a data de 16 de outubro de 1972,
quando, ainda um jovem de 20 anos, ingressei na sede do Jornal do Brasil, na Avenida Rio Branco e, ao sentir o cheiro forte do papel e da tinta, descobri onde era o meu lugar e a minha verdadeira vocação.

Para completar, 2022 também vai compor uma data emblemática para qualquer ser humano, que encara esta fase da vida com certa apreensão: em 12 de junho vou me tornar um “setentão”, como costumava dizer o meu pai, que teve nas comemorações dos seus setenta anos um dos momentos marcantes de sua trajetória exemplar, como homem e como cidadão, orgulhoso em ter alcançado mais essa etapa , repleta de emoções e experiências.

Naquela ocasião, quando recebia uma série de homenagens pelo seu aniversário, o “velho” Abelardo mereceu um troféu, presenteado pelo seu filho Oswaldo Jurema, que o mandou confeccionar em nome de todos os seus filhos. E com uma dedicatória que lhe serviria de epitáfio, sintetizando toda a sua razão de viver: “Abelardo Jurema, o ‘Setentão’. Setenta anos de vida, vivida com vida, dando mais vida às nossas vidas”.

São essas palavras que gostaria de ouvir quando chegar o momento. É esse sentimento que me impulsiona para o futuro. Que me estimula a continuar trabalhando. Que me faz conhecer o sentido da minha existência. Que me confere a certeza de que o caminho da maturidade é o mais belo entre todas as fases da vida. Que me leva a fortalecer a minha fé no Senhor e no destino que traçou para mim. E que me faz concluir que quem não vive para servir, não serve para viver.

Que venha 2022, o ano da esperança. Estou absolutamente pronto para recebê-lo. A todos os nossos leitores e amigos, um
ano novo de saúde e de muitas realizações.

Crédito da foto: Pixabay