Cheios e movimentados, aeroportos podem ser locais causadores de estresse em viajantes neurodivergentes
Inauguradas em 19 de junho deste ano, salas multisensoriais nos aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro, foram criadas para receber crianças inseridas no Transtorno do Espectro Autista (TEA), também chamadas de neurodivergentes. Os espaços estão localizados nas áreas de embarque e têm como objetivo o conforto e a segurança dos pequenos passageiros.
Para pessoas inseridas no TEA, locais com luz forte, movimentados e barulhentos podem superestimular seus sentidos, gerando estresse, mal-estar e confusão. Por isso, segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, as salas pensadas para estes passageiros possuem iluminação especial, paredes sensoriais com colunas de bolhas e revestimento acústico, além de painéis de atividades e jogos.
Em Congonhas, os passageiros irão encontrar piscinas de bolinhas iluminadas, máquina de bolhas de sabão e equipamentos de áudio e vídeo. Já no Santos Dumont, aromaterapia e aparelhos acionados por bluetooth para música ambiente tornam o local mais aconchegante e confortável durante a espera pelo embarque.
As salas foram inauguradas um dia depois do Dia Mundial do Orgulho Autista e fazem parte da meta global de desenvolvimento social da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo Márcio França, ministro de Portos e Aeroportos do governo brasileiro, a iniciativa garantirá maior acessibilidade para quem frequenta os aeroportos. “Queremos que todos os passageiros, sem exceção, possam se sentir bem atendidos e seguros”, declara.
Ainda que não seja realidade na maioria dos espaços públicos, locais para acolhimento de autistas e outras pessoas com deficiência precisam ser prioridade na realização de políticas públicas de inclusão.
Para acolher e trazer conforto para as pessoas inseridas no TEA, existem leis federais de proteção às PCDs (Pessoas Com Deficiência) que asseguram prioridade em filas e locais movimentados, espaços reservados em shows e eventos culturais e atendimento prioritário em serviços de saúde públicos e privados.
Expandindo cada vez mais este serviço de inclusão, uma terceira sala deve ser inaugurada no aeroporto de Vitória (ES) ainda neste ano, ainda segundo o ministro Márcio França. Além dos objetos de conforto sensorial, terapeutas, profissionais com formação em faculdades de enfermagem e entidades de ONGs relacionadas ao TEA ficarão à disposição dos usuários.
Segundo a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), quem desejar ter acesso às salas deverá procurar os balcões de sua companhia aérea para acompanhamento e orientação sobre o uso.
Crédito da foto: Divulgação istock
