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Aguada tornada Flores, Tempo e Vento

Poucos multiartistas reúnem o domínio da palavra poética ao uso controlado da tinta colorida, diluída ou bruta. De abrangente alcance é a Arte de Marcos Venuto. Ele resgata a inocência do desenho/pintura da fase primeira do homem e da mulher (inocência buscada por todo artista moderno), fazendo  isto acoplando suas criações imagéticas de formas florais, bolhas sobre telas com vasos e árvores, paisagens com casas humildes e galhafas insinuadas com o uso de traços de “indian ink” (nanquim) a formarem suportes e complementos do todo.

“Vaso da Mãe” por Marcos Venuto. Ele pinta a alegria alegremente. Aquarela e guache, 15 X 12 cm.
Murmúrio em pequeno espaço.
Emoção, este poema sobre Duas Mães; emoção contida nesta semi-figuração do ambiente florido. Floral.
Notem as cores com que Venuto fisga por meio de nosso Olhar a já mencionada Coisa da Alma. RZS – 2025

Duas mães

Naquele  momento,

Os olhos da mãe  vidrados,

Conversava comigo,

Dizia-me das bonecas que tinha,

No outro modo,

A outra mãe  falava  do filho que foi embora,

No mesmo banco tinha que sorri,

Por estar entre elas.

“Fotografia: minha mãe, Do céu e outra mãe “, guache e aquarela, 10×20 cm, 2025. Poema por Marcos Venuto

O contraponto de planos da memória (visual e afetiva) é presente no vocabulário de Marcos Venuto. Sem dúvida, um dos importantes do Brasil. Aqui temos o encantamento (tal encantador de cobras na Índia) dos planos alaranjado e verde claro/escuro, no laranja entardecer o salpicado-folhagem. Venuto pratica seleção econômica.
“Sonho com a Ingazeira”: menção onírica a passagem pelos quintais da infância. Transparência bem-sucedida – guignariana.
AQUARELA.