“Estamos prontos para voar mais alto”, garante John Rodgerson, CEO da Azul
No dia de hoje, há exatos 15 anos, a Azul Linhas Aéreas decolava pela primeira vez no Brasil. Foram dois voos que marcaram sua estreia no setor da aviação nacional e que partiram de Campinas, em São Paulo, em um intervalo de três horas – um, rumo a Salvador e outro, a Porto Alegre.
Quem acompanhou a decolagem naquela época jamais poderia imaginar qual seria o destino da companhia nem que rotas seguiriam após esse dia. Segundo John Rodgerson, o atual CEO da Azul, nem mesmo o executivo mais otimista teria sido capaz de prever todo crescimento, os desafios ou o sucesso que marcariam a trajetória da empresa até aqui.
A Azul, de fato, decolou, não parou mais e tem muitos motivos para comemorar 15 anos depois. Agora, com quase mil voos diários para 160 destinos – 100 deles operados exclusivamente pela Azul no Brasil, a companhia é a maior do país, em número de voos e de cidades atendidas. Também é a única aérea brasileira a ter conquistado o título de mais pontual do mundo pela Cirium, a principal referência mundial de dados operacionais no setor.
Para John, que foi um dos primeiros a fazer o seu “check-in” na Azul, como diretor financeiro na época, uma viagem ao passado da companhia pode provocar mais do que o sentimento de orgulho nos Tripulantes, como são conhecidos os mais de 16 mil colaboradores da Azul. Reviver as conquistas e os desafios nesses últimos 15 anos é, na verdade, uma forma de entender o legado da companhia para saber quais serão os próximos passos, ou melhor, os próximos voos.
“Com a Azul, o Brasil tornou-se, finalmente, um país conectado. Antes, só São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília tinham boas opções de voos. Hoje, nossa companhia tem voos para os Estados Unidos, por exemplo, que partem não só de Viracopos, em Campinas (SP), mas também de Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Belém (PA) e Manaus (AM). E isso muda tudo. Quando voamos para uma cidade aumentamos a demanda, a atividade econômica, o número de empregos, e até a autoestima local”, resume o executivo. Hoje, por exemplo, um Cliente pode decolar de Tefé, no Amazonas, e chegar em Campinas, com apenas uma conexão.
Revisitar o passado para planejar o futuro
John deixa claro que, ao olhar hoje o que a Azul se tornou após quinze anos de história, prever o futuro da companhia fica mais fácil. Afinal, os planos e estratégias de crescimento, agora, precisam manter o patamar que a companhia atingiu de referência no setor – não só internamente (para os Tripulantes), como também externamente (para os seus investidores, parceiros e Clientes).
Pensando nisso, o CEO da Azul antecipa ao menos duas previsões para 2024 e os próximos anos. Primeiro, John acredita que o investimento em novas aeronaves, mais modernas e diversificadas, deve aumentar e deixar ainda mais eficiente a frota da companhia. A partir de 2026, pousarão nos hangares da companhia 7 novos Airbus A330neo, capazes de operar voos de longas distâncias com menor queima de combustível e custos operacionais mais baixos.
“Ter uma frota com diversos tipos de aeronaves é essencial para podermos chegar a um número maior de cidades, inclusive as mais remotas, e conectá-las aos nossos destinos nacionais e internacionais. E esse sempre será um investimento importante para atender ao perfil da nossa malha aérea. Temos expectativa de uma grande expansão de voos internacionais com essa aquisição, sem perder o nosso diferencial de atuação regional. A ideia é termos mais das nossas cidades brasileiras em conexão com as cidades fora do país e que queremos incluir, cada vez mais, entre os nossos destinos internacionais”, explica o CEO da Azul.
John acredita, porém, que mais importante do que conseguir levar os Clientes da Azul aos seus destinos dos sonhos deve ser a missão de proporcionar a cada um deles a melhor viagem até lá. Neste sentido, a segunda aposta do executivo para o futuro é continuar investindo em ações que mantenham intacto o DNA e a cultura da companhia – uma preocupação que faz parte das memórias mais antigas de John nesses 15 anos.
“Nunca buscamos ser a maior companhia aérea, mas a melhor para nossos Clientes e o melhor emprego para os nossos Tripulantes. Foi assim que criamos, naturalmente, a Experiência Azul de viagem que nos diferencia de outras companhias até hoje e cada vez mais”, explica.
Não é à toa que, entre as unidades de negócio (TudoAzul, Azul Viagens, Azul Cargo, Azul Conecta e AzulTecOps) que atualmente complementam os serviços e benefícios oferecidos pela Azul Linhas Aéreas, a operadora de Turismo da Azul é a aposta de John para 2024. A Azul Viagens investe desde o ano passado em um ousado plano de expansão que já levou a marca para as principais capitais e cidades do interior de todas as regiões do país, e que possibilitou o encerramento do ano com a inauguração da 100ª loja.
Para John, a Azul Viagens é a unidade de negócio que entrega a forma mais completa de Experiência Azul, porque vai além do que acontece nos voos da companhia, com o já conhecido e elogiado entretenimento, Wi-FI e TV ao vivo a bordo ou as opções de snacks a bordo, por exemplo. “Com seus voos dedicados e pacotes que incluem hospedagem, passeios e outros serviços, a nossa operadora de Turismo garante a confiança da nossa marca durante a viagem inteira, e isso tem ajudado muito os brasileiros. Sempre digo que todo brasileiro deveria visitar e conhecer mais o seu próprio país, com todas as suas belezas e atrativos. A Azul Viagens tem ajudado a família brasileira a olhar para o Brasil”, comemora John.
A Azul é outra. Mas nem tudo mudou
John relembra alguns marcos importantes ao longo da trajetória da Azul, que foram para ele os impulsos vitais para a companhia alçar seus voos e se sustentar no ar por mais de uma década (todos eles, aliás, podem ser acessados no link da linha do tempo). Entre esses momentos, um deles foi a fusão da Azul com a empresa Trip, em 2012. “Queríamos ampliar nossa presença regional. E essa fusão foi um divisor de águas para a Azul. Assim que eles entraram, nós nos fortalecemos e crescemos muito mais rápido”, conta.
Depois, John lembra da importância do primeiro voo internacional para Fort Lauderdale, em 2014, e da abertura de capital, em 2017. E diz que tudo isso foi essencial para a Azul chegar em 2019 forte, voando alto, com a maior rentabilidade de sua história até ali e o reconhecimento (em 2020) da TripAdvisor como a melhor empresa aérea do mundo.
“Tínhamos uma grande festa preparada para comemorar tudo isso no começo de 2020, e ainda aproveitar para inaugurar o nosso hangar em Campinas. Mas veio a pandemia e cancelamos tudo”, lembra o CEO.
Os últimos três anos foram os mais desafiadores da companhia nesses 15 de história, mas também a prova de que, mais do que as conquistas ao longo de uma trajetória, são os valores da companhia que fazem a diferença. Durante a pandemia, John viu aquela empresa com mais de 11 mil Tripulantes (na ocasião) a ter apenas umas 20 pessoas presencialmente na sede, e assim voltar a ter o perfil de empresa familiar do começo – quando todas as decisões eram tomadas por todos, quando não havia divisão de áreas (e às vezes nem de tarefas) e quando ainda era possível parar o expediente para comemorar todos os aniversários. Precisávamos depender da boa vontade e da ajuda de todos. A diferença era que havia também o medo, as inseguranças, a incerteza, não só sobre a gravidade da pandemia, mas também sobre o futuro profissional de cada Tripulante.
E, segundo o CEO da Azul, foi exatamente isso que fez a companhia sobreviver e renascer. John, o presidente Abhi Shah e todos os vice-presidentes costumavam ligar para saber de cada Tripulante que tivesse ficado com Covid ou com algum familiar doente. Também ligaram para agradecer os Tripulantes que aceitaram, voluntariamente, sair de licença não-remunerada. “Sempre digo que, antes de sermos uma companhia aérea, somos uma empresa de pessoas. Então, tudo o que passamos e construímos nos primeiros anos da trajetória da Azul, considerando esses nossos valores, foi essencial para atravessar a pandemia, sobreviver e voltar a crescer”, resume.
A Azul contou com a confiança de seus Tripulantes – que hoje são mais de 16 mil no país. Por isso, ao olhar de novo para trás, John não tem mais qualquer dúvida sobre o futuro. “A Azul está pronta para voar mais alto e rápido. Estamos maiores e melhores do que nunca e, ainda assim, acreditamos que o melhor ainda está por vir”, prevê.
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