Setor de alimentação fora do lar mantém crescimento do número de empregados, mas esbarra em dificuldades para novas contratações
Na sexta-feira (27), o Caged divulgou os dados de empregos com carteira de trabalho assinada do mês de agosto. Segundo os dados, o setor de bares e restaurantes apresentou o segundo maior aumento entre todos os setores (0,7%), atrás apenas dos Serviços Domésticos (1,62%).
Em agosto, o saldo de empregados apontou mais de 12 mil novos postos de trabalho criados com carteira assinada no setor de alimentação fora do lar. Esses resultados mostram uma robustez do setor que se consolida como um dos principais empregadores do país.
Segundo uma pesquisa recente da Abrasel, 29% dos entrevistados indicaram a intenção de contratar mais funcionários até o final do ano. Com a aproximação do verão e das férias escolares, período de grande movimento no setor, o empresariado procura novos funcionários, mas tem tido dificuldades para fazer novas contratações.
A pesquisa da Abrasel apontou também que para 89% dos empresários a maior dificuldade para preencher as vagas está relacionada à falta de qualificação dos candidatos. Apesar de ser tradicionalmente um setor de inserção profissional, a quantidade de currículos recebidos por vaga tem diminuído.
Para Paulo Solmucci, presidente executivo da Abrasel: “Apesar do setor manter um crescimento nas contratações ainda há lacunas não preenchidas. Por isso é importante a adoção de estratégias criativas que busquem atrair e reter bons funcionários. Além disso, um caminho possível para o setor é o investimento em automações e usos práticos de inteligência artificial”, comenta.
“Nos últimos cinco anos, a transformação do setor foi profunda, especialmente com a chegada da pandemia, que nos obrigou a uma adaptação rápida à digitalização e ao delivery. A relação com o cliente também mudou drasticamente, hoje, com o digital, o contato direto se perdeu, e o cliente tem uma participação mais ativa, buscando informações online, opinando sobre o serviço e compartilhando em redes sociais”, destaca o presidente executivo.
“Isso se trata de uma dinâmica de mercado que exige uma nova postura. O setor, que historicamente não era intensivo em tecnologia, agora é um dos mais conectados, precisamos de pessoas preparadas para lidar com novas tecnologias”, complementa.
Variação no salário médio
A divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD), cujos valores apontam para os dados de empregos formais e informais apresentou estabilidade com um crescimento de apenas 0,2% em relação ao trimestre anterior. A PNAD também divulgou o salário médio pago no setor, R$ 2.104,00. Esse valor é 1,8% maior que no mesmo período do ano passado.