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Childhood Brasil reforça proteção de crianças e adolescentes com apoio ao projeto ‘Meninos: Sonhando os Homens do Futuro’

Parceria vem do desejo de jogar luz em uma questão que ainda é muito negligenciada: a violência sexual contra meninos

A Childhood Brasil, organização fundada há 24 anos pela Rainha Silvia da Suécia, reforça seu compromisso com a proteção de crianças e adolescentes e anuncia apoio ao projeto “Meninos: Sonhando os Homens do Futuro”, idealizado pelo PapodeHomem em conjunto com o Instituto PHD e com apoio institucional do Pacto Global. O apoio ao projeto vem de uma triste realidade: a falsa ideia de que os meninos não precisam de cuidados. Isso acontece devido a uma série de estereótipos sobre homens e reforçado pela falta de dados, já que a maioria esmagadora das pesquisas e estudos sobre crianças e jovens não priorizam meninos.

Segundo a 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança, o Brasil registrou o maior número de estupros da história. 61,4% das vítimas tinham no máximo 13 anos de idade, e 11,4% representam violência contra os meninos. Os dados correspondem aos casos que foram notificados às autoridades policiais e, portanto, representam apenas uma fração da violência sexual contra mulheres e homens, meninas e meninos de todas as idades.  

“Os homens sentem muita vergonha de denunciar. Eles têm medo de que o abuso seja associado com sua orientação sexual. É como se o abuso retirasse a masculinidade do menino”, diz Raquel de Paula, gerente de comunicação e marketing da Childhood Brasil e responsável pela parceria.

O projeto “Meninos: Sonhando os Homens do Futuro” foi desenvolvido a partir do seguinte questionamento: Quais são os principais desafios e dores dos meninos de hoje? O objetivo da iniciativa é compreender quais as principais dores, desafios e obstáculos enfrentados pelos meninos hoje e entender se isso configura uma ou mais crises e quais suas consequências.

Por isso, outro ponto importante do projeto é pensar qual o papel da sociedade nesse sentido e qual espaço está sendo construído para que os meninos cresçam livres de preconceitos, silêncios e violências, e que possam viver a infância e adolescência na sua plenitude com cuidado, amor e proteção. Como diz bell hooks, se não formos capazes de sonhar visões de futuro para os meninos, vamos seguir lidando com os problemas de hoje daqui 20 ou 30 anos.

O lançamento oficial do projeto aconteceu no dia 22 de agosto e contou com a participação de mais de 20 organizações. Os resultados do estudo e a base de dados serão 100% públicos. Além disso, o projeto também pretende desenvolver um documentário sobre os maiores desafios dos meninos e adolescentes no Brasil e construir uma ferramenta pedagógica gratuita destinada a escolas e espaços educativos.

Etapas do Projeto Meninos

Pesquisa Quali: Foram ouvidos um grupo grande e interseccional: meninos de Brasil, México e Argentina, negros, brancos, de periferia, da zona rural, da zona urbana, de quebrada, com deficiências ou não, além de, pais e mães de meninos. Essa etapa do projeto foi conduzida pela TALK.

Pesquisa Quanti: Ficou sob responsabilidade da Zooma, a condução de uma ampla e profunda pesquisa com o objetivo de ouvir um grupo bem diverso de meninos de 13 a 17 anos, do Brasil, do México e da Argentina, negros, brancos, de periferia, da zona rural, da zona urbana, de quebrada, com deficiências ou não. Além dos pais, mães e outros tipos de responsáveis por meninos, nesta etapa também serão ouvidas meninas de 13 a 17 anos.

“Meninos: Sonhado os homens do futuro”, o documentário: Enquanto instrumento técnico, o documentário trará parte dos dados coletados na pesquisa quanti e as observações de profissionais das mais diversas áreas. Enquanto instrumento humanístico, o filme documental “Meninos” quer tocar profundamente as pessoas, fazendo-as pensar sobre si mesmas e sobre como tudo pode ser diferente daqui para frente, a partir de um maior cuidado também com os meninos.