Com a participação de 10 empresas chilenas e mais de 21 players brasileiros, o evento consolidou parcerias estratégicas e destacou o alto potencial de colaboração dos dois países nas áreas de mineração, energia limpa e eficiência energética, reforçando laços comerciais
Júnia Garrido/Divulgação
A primeira edição da Chile Week em Belo Horizonte, realizada nesta quinta-feira, 3 de outubro, reuniu cerca mais de 100 empresários chilenos e brasileiros, promovendo soluções inovadoras e gerando 80 oportunidades de negócios nas áreas de mineração, eficiência energética e energia limpa e sustentável. O evento destacou não apenas o potencial de expansão comercial, mas também a importância da cooperação bilateral entre os dois países. Na abertura, Ignacio Fernández, Diretor Geral da ProChile, reforçou o compromisso com o fortalecimento das relações comerciais entre Minas Gerais e o Chile. “Atualmente, uma em cada dez empresas chilenas exporta para o Brasil. Queremos ampliar esse número, oferecendo soluções eficazes que contribuam para o desenvolvimento de ambas as economias. A forte demanda pelas rodadas de negócios realizadas na capital mineira comprova o enorme potencial de colaboração entre nossos países.”
A cooperação entre Minas Gerais e o Chile foi um dos principais destaques da primeira edição da Chile Week em Belo Horizonte, fortalecendo os laços comerciais e econômicos entre as duas regiões. Kathleen Garcia Nascimento, Secretária Adjunta de Estado de Desenvolvimento Econômico, enfatizou o papel estratégico do Chile como um dos principais parceiros comerciais do estado, destacando que Minas Gerais exportou US$ 168,5 milhões para o país andino neste ano, o que ressalta a relevância dessa parceria para ambos os mercados. Fernanda Franco, representante da ProChile em Belo Horizonte, reforçou que o evento marca uma nova fase na ampliação das relações comerciais, especialmente neste ano, em que a ProChile celebra 50 anos de cooperação e promoção comercial. “O Chile Week simboliza não apenas a continuidade, mas a expansão de parcerias promissoras entre o Chile e o Brasil. Com um horizonte de crescimento sustentável, estimamos que este evento movimente mais de US$ 3 milhões em negócios, fortalecendo significativamente as duas economias”.
Mineração e Energia Sustentável: Oportunidades reais de crescimento
O evento contou com apresentações de importantes entidades chilenas. Roxana Silva, Presidente da Associação Nacional de Empresas de Eficiência Energética (ANESCO), discutiu o Modelo ESCO, que oferece soluções energéticas e instalações prontas para redução de emissão de CO2, ajudando empresas públicas e privadas a adotarem práticas mais sustentáveis. Já Alejandra Molina, Gerente Geral da Associação Gremial do Ecossistema Minerador Chileno (MINNOVEX), destacou as tecnologias inovadoras que estão tornando a mineração mais sustentável. Ela mencionou o projeto Keyflight, que foca na recuperação de minerais valiosos a partir dos rejeitos das mineradoras, um exemplo claro de inovação para lidar com desafios de sustentabilidade e o Veibo que promove soluções de controle de poeira para uma operação mineradora mais segura. Marcela Puntí, Gerente Geral da Associação Chilena de Energias Solares (ACESOL), destacou como a energia solar está moldando o futuro industrial no Chile, responsável por 28,1% da matriz energética do país, posicionando o Chile como um líder em iniciativas de energia renovável.
Rodadas de Negócios: Parcerias e Soluções
O pitch comercial e as rodadas de negócios da Chile Week reuniram dez empresas chilenas e mais de 21 players brasileiros, criando um cenário fértil para parcerias estratégicas e expansão comercial. A VGT Mining, jovem consultoria especializada na indústria mineradora, com apenas dois anos de mercado, já demonstra seu DNA de inovação ao avançar em negociações com grandes mineradoras brasileiras. “Estamos otimistas com as possibilidades de trazer soluções diferenciadas ao mercado brasileiro, que tem grande demanda por expertise técnica e inovação no setor”, afirmou David Acuña, consultor sênior da empresa.
Outro destaque foi a GWE Tubomin, gigante alemã com filial no Chile, que vê Minas Gerais como um ponto estratégico para expandir suas operações no Brasil. Segundo Alejandra Ponce, executiva comercial, a empresa está focada em oferecer soluções personalizadas para perfurações industriais e mineração, com forte ênfase em segurança e inovação. “O mercado brasileiro é extremamente promissor para nossas tecnologias, e estamos prontos para contribuir com projetos que exigem altos padrões de eficiência e inovação”.
No setor de tecnologia sustentável, a Zizcar, representada por Liliana Carter, gerente comercial, também atraiu atenções. A empresa desenvolveu um sistema inovador que monitora em tempo real o consumo de CO2 de veículos de combustão, permitindo mensurações detalhadas de emissões por veículo, combustível e outros indicadores. “Nosso sistema é único no mundo, pois quantifica e mensura diversos indicadores que o mercado atual não considera. O diferencial é a capacidade de contribuir com empresas que adotam práticas ESG, oferecendo uma ferramenta robusta para a mitigação de emissões de CO2”, explicou Carter. A Zizcar já atende clientes de diferentes setores, como transporte terrestre e marítimo, e está em fase de estudo de parcerias no Chile, embora o país tenha forte adesão a veículos elétricos no transporte público.
