Especialista esclarece os mitos e as verdades referentes à expatriação para o país norte-americano
Um número cada vez maior de brasileiros tem imigrado para os EUA. Em 2022, por exemplo, foram 23.596 green cards concedidos a cidadãos do Brasil – o maior volume da história. O green card é o documento que garante aos estrangeiros o direito de residir e trabalhar permanentemente em solo americano.
No entanto, embora os dois países tenham similaridades, como o fato de terem grande diversidade étnica, terem sido colonizados por europeus e serem territorialmente bastante extensos, há diferenças que precisam ser levadas em consideração antes de mudar-se para lá.
De acordo com Rodrigo Costa, CEO da AG Immigration, escritório de advocacia especializado em green cards e com sede em Washington, D.C., um dos principais erros que os brasileiros cometem é não se planejar. “Assim que o imigrante chegar aos EUA, ele terá alguns custos imediatos, como o seguro de saúde, a compra de um carro – que é essencial para a mobilidade – e ao próprio seguro do automóvel. E nem sempre a pessoa vem com esse dinheiro provisionado”, explica.
O executivo explica ainda que, entre os vistos mais populares entre os brasileiros que vão de vez para os EUA, estão o EB-1, o EB-2 (incluindo o EB-2 NIW) e o EB-3. O processo de emissão dos três vistos pode ser feito do Brasil, sem a necessidade de o solicitante pisar nos EUA. “É hoje a maneira mais prática de se conseguir o green card, embora haja critérios de elegibilidade que precisem ser atendidos para cada um deles. São os mais indicados para quem quer trabalhar na América, sobretudo, em áreas onde faltam mão de obra no país, como medicina, enfermagem, odontologia, tecnologia, pesquisa científica, aviação e engenharia”, explica o CEO da AG Immigration.
Dados do Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS, na sigla em inglês) mostram que, em 2022, o órgão recebeu 7.172 pedidos de vistos EB 1, EB-2 e EB-3 vindos de brasileiros, sendo que 3.959 foram emitidos – uma taxa de 55,2% de aprovação.
“Tanto o EB-1 quanto o EB-2 dispensam a necessidade de um empregador, ou seja, a pessoa pode obtê-los se conseguir mostrar que tem ensino superior, pós-graduação ou habilidades acima da média, mesmo que sem diploma. Já no caso do EB-3, a oferta de emprego é necessária, pois é a empresa quem inicia o processo e geralmente arca com os custos.”
E como a quantidade de brasileiros imigrando para os EUA não para de crescer, o CEO da AG Immigration esclareceu os principais mitos e verdades sobre viver no país norte-americano. Veja abaixo a lista completa.
Brasileiros podem dirigir nos EUA com a CNH.
Verdade. A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do Brasil é aceita nos EUA e permite que o imigrante conduza veículos motoristas legalmente pelo prazo de 180 dias. Depois disso, é preciso que o imigrante tenha a carteira de motorista do estado americano onde reside. “Com isso, a pessoa tem um tempo para se adaptar até conseguir o documento americano”, explica o advogado da AG Immigration.
É preciso falar inglês para conseguir o green card.
Mito. Em nenhum momento do processo de obtenção do green card exige-se que o imigrante comprove qualquer nível de conhecimento em inglês. No entanto, a fluência no idioma está diretamente relacionada à qualidade das oportunidades profissionais que estarão disponíveis para o brasileiro. Quanto mais proficiência no idioma, melhores empregos será possível obter.
Imigrante não pode comprar imóvel nos EUA.
Mito. Os imigrantes podem comprar imóveis nos EUA sem mesmo nunca pisar no país. Aliás, é algo relativamente comum com investidores, que compram casas como investimento. Atualmente, todo processo é feito eletronicamente, o que permite essa conformidade de fechar o negócio à distância. Além disso, é até recomendável que o brasileiro que for imigrar para os EUA, se puder, já compre a casa a partir do Brasil, pois é mais fácil fazer a comprovação de renda. Pode ser que, ao chegar nos EUA, ele ainda não tenha um emprego e fique mais difícil obter o financiamento.
O green card precisa ser renovado.
Verdade. Embora o nome oficial do green card seja cartão de residência permanente, ele tem uma validade de dez anos. Contudo, a renovação é praticamente garantida, a não ser que a pessoa tenha se envolvido em atividades criminosas durante seu tempo nos EUA. Além disso, depois de cinco anos com o documento já é possível tornar-se cidadão americano, o que a maioria dos brasileiros acaba fazendo.
Em 2022, por exemplo, 12.983 brasileiros naturalizaram-se cidadãos americanos, a maior quantidade já registrada.
Não é preciso saber falar inglês para conseguir a cidadania americana.
Mito. Durante a prova de cidadania, o imigrante precisa realizar testes sobre a história dos EUA e de inglês. Inclusive, ele será entrevistado, em inglês, por um oficial da imigração. Apenas certos estrangeiros que já moram há 15 ou 20 anos nos EUA ou que apresentem justificativa médica podem ficar isentos do teste de inglês. No
“Não é preciso falar como nativo ou ter inglês perfeito, mas é preciso que você tenha um bom conhecimento no idioma para mostrar à imigração que conseguirá lidar normalmente com as interações típicas da vida em sociedade”, explica Alexandre.
Toda casa nos EUA já vem mobiliada.
Mito. No entanto, diferentemente do Brasil, onde as casas compradas na planta costumam vir no contrapiso, as casas nos EUA já são entregues com o piso de escolha do cliente e equipadas com fogão, micro-ondas, lava-louças e coifa. Muitas também são entregues com máquina de lavar, de secar e geladeira.
Só pessoas com ensino superior conseguem o green card.
Mito. Embora algumas categorias de green card exijam o ensino superior, existem outras em que a exigência é dispensada, incluindo os cobiçados vistos EB-1A e EB-2 NIW, dado para profissionais com habilidades acima da média. “Já tivemos enfermeiros, dentistas, engenheiros, manicures, atletas e barbeiros conseguindo esses vistos. Não há uma lista de profissões. Qualquer um que conseguir comprovar as exigências da legislação e tiver um bom advogado, pode ser aprovado”, explica o CEO da AG Immigration.
Imigrantes pagam juros mais altos na hora de comprar uma casa ou um carro.
Verdade. De maneira geral, demora de dois a três anos até que o imigrante consiga formar o seu histórico de crédito, que é a informação base para determinar os juros que uma pessoa paga no país. “Quanto melhor o histórico de bom pagador, melhores são os juros”, explica Costa.
Posso receber o green card e morar no Brasil para ir aos EUA quando quiser.
Mito. O documento de residência permanente é concedido justamente a quem precisa estar constantemente nos EUA. Se a pessoa fica mais tempo fora dos EUA do que dentro do país e não tem uma justificativa plausível para isso, o documento pode ser revogado. “Por isso, a pessoa deve pensar bem antes de tomar a decisão”, diz Costa.
Sobre a AG Immigration
A AG Immigration é um dos principais escritórios de advocacia migratória dos EUA, já tendo auxiliado cidadãos de 32 países a obter o green card americano. É fundada por dois brasileiros: o empresário Rodrigo Costa e o advogado Felipe Alexandre, que figura há seis anos na lista dos 10 melhores advogados de imigração do American Institute of Legal Counsel e já foi duas vezes eleito para o ranking de Estrelas em Ascensão (“Rising Stars”) da Thomson Reuters. Em 2023, a empresa recebeu o título de “Immigration Law Trailblazers” da revista americana The National Law Journal. A AG Immigration tem sede em Washington, D.C., além de escritórios em Miami, Orlando, Las Vegas, Los Angeles e Nova York.
Mais informações: https://agimmigration.law/
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