Crise climática

O turismo é crucial para muitas economias e o aumento das temperaturas globais traz desafios emergentes devido a estes impactos.

O clima quente é o motivo pelo qual muitas pessoas vão de férias, mas as temperaturas globais recorde têm feito com que as pessoas voltem mais cedo das férias em julho, diminuindo o tempo de hospedagem e gastos.

“A crise climática já está aqui”, disse o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis. “Ela irá manifestar-se em todo o Mediterrâneo com desastres maiores.”

A Grécia – onde as viagens e o turismo representam 15% do PIB – teve de evacuar mais de 2.000 turistas após o início dos incêndios florestais na ilha de Rodes. Atenas tomou a medida sem precedentes de fechar a sua principal atração turística, a Acrópole, após as temperaturas terem atingido os 45°C.

As companhias aéreas dos EUA que voam a partir de Las Vegas – onde as temperaturas atingiram os 46°C – tiveram, consequentemente, que reduzir o número de passageiros, retirar bagagens e reduzir o nível de combustível que transportam ou atrasar voos até que as temperaturas desçam.

As Maldivas, um dos destinos turísticos mais ameaçados, enfrentam a potencial submersão de uma grande parte da sua massa terrestre devido à subida do nível do mar.

O aumento das temperaturas fará provavelmente com que os turistas viajem na primavera e no outono, em vez de no verão, bem como optem por destinos mais frescos, como os países ao norte, afirma o Ministério do Ambiente italiano.

Todavia, os climas mais frios também estão sofrendo. A região dos Alpes, que atrai cerca de 120 milhões de turistas por ano, sofre com o aumento das temperaturas globais e teve reduzida a cobertura sazonal de neve em 8,4% por década, nos últimos 50 anos.

A estação de esqui Whistler, no Canadá, respondeu a esta situação oferecendo mais atividades sem neve – tanto que agora ganha mais dinheiro no verão, segundo a revista TIME.

“Nos próximos anos, o sucesso das empresas e destinos de viagens e turismo estará cada vez mais ligado à sua capacidade de gerir e operar sob ameaças ecológicas e ambientais cada vez maiores”, afirma o Índice de Desenvolvimento de Viagens e Turismo do Fórum Econômico Mundial.