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Diabetes gestacional: quais complicações a doença pode causar à mãe e ao bebê?

A detecção e o tratamento são essenciais para conter o agravamento da doença, que pode afetar toda a vida da mãe e do bebê

(crédito: divulgação istock)

A diabetes gestacional é uma doença que pode afetar gestantes, mesmo que elas não tenham histórico de diabetes. Essa condição é provocada pelas mudanças hormonais, que são comuns durante esse período. Caso não seja controlada, a doença pode causar danos de curto e longo prazo à saúde da grávida e de seu bebê.

O que é diabetes gestacional?

Diabetes gestacional é um tipo de diabetes que se desenvolve durante a gravidez, causada pelas alterações hormonais. Essas mudanças podem dificultar a ação da insulina, que é o principal responsável por regular as taxas de glicose no sangue e fazer o seu transporte para as células do corpo, para a obtenção da energia utilizada na atividade celular.

De acordo com dados da International Diabetes Foundation (IDF), a enfermidade é uma das condições médicas mais comuns durante a gravidez, afetando 15% das gestantes em todo o mundo. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) estima que 18% das grávidas no país desenvolvem a doença.

Como a doença pode ser detectada?

A diabetes gestacional é um distúrbio silencioso, sem sintomas. Para que ela seja detectada, é importante a realização de exames durante o pré-natal para verificação dos níveis de glicose e glicemia no corpo da gestante.

Após a confirmação da gravidez, é imprescindível a realização do exame de glicemia em jejum. Já no decorrer da gravidez, por volta da 24ª semana, recomenda-se a realização do teste oral de tolerância à glicose, também conhecido como “teste do líquido doce”.

Ambos os testes são importantes para o diagnóstico e não devem ser descartados. 

Quais são os efeitos da diabetes gestacional para a mãe e o bebê?

Quando a mãe desenvolve a condição e está com um quadro de hiperglicemia, o corpo do bebê passa a produzir uma maior quantidade de insulina na tentativa de manter um equilíbrio. Esse hormônio, por sua vez, estimula o crescimento da criança e o ganho de peso, podendo chegar a macrossomia, uma condição em que a criança nasce com mais de 4 kg, dificultando o parto.

Além disso, a repercussão desse distúrbio pode afetar toda a vida da criança, aumentando o risco para a hipoglicemia neonatal e a obesidade e diabetes no futuro. Já para a mãe é comum o desaparecimento da doença após o parto, mas, caso não seja tratada, aumenta-se o risco de evolução para diabetes tipo 2.

Quem pode desenvolver a doença?

A diabetes gestacional pode afetar qualquer pessoa grávida, mas ocorre com maior frequência naquelas com predisposição genética para diabetes e que possuem familiares com histórico da doença.

A obesidade, o sobrepeso e o sedentarismo também são fatores de risco para o surgimento da enfermidade. 

Por essa razão, quando a pessoa deseja engravidar, ter hábitos mais saudáveis como prática de exercícios físicos regulares e monitoramento de peso com a calculadora de IMC é incentivado, o que evita a diabetes gestacional e outros problemas como abortamento, pré-eclâmpsia e tromboembolismo venoso.

Como a doença deve ser tratada?

O tratamento para a enfermidade consiste na mudança de hábitos da mãe. O principal é a reeducação alimentar, com uma dieta saudável, com a ingestão de alimentos ricos em proteínas, fibras, ferro e vitaminas. É recomendado, também, comer porções pequenas, distribuídas em um número maior de refeições, o que mantém o índice glicêmico controlado, sem picos.

Prioriza-se, portanto, a ingestão de cereais integrais, frutas in natura, verduras e carnes magras. Alimentos muito gordurosos, como frituras, ou muito doces, como café com açúcar, sucos e até mesmo frutas como abacaxi e manga, devem ser retirados do cardápio.  

Praticar atividades físicas diariamente, com intensidade moderada, também auxilia no controle da doença.