DOS ENVIADOS ESPECIAIS À EUROPA, VIA TAP AIR PORTUGAL
Quem está mais alto vê mais longe. Poucos lugares estão tão lá no alto quanto Videmonte, na Guarda. É lá que está o marco geodésico da Cabeça Alta, numa altitude de 1.278 metros.
É também o lugar onde a Cooperativa Cowork criou um espaço de trabalho de elevados padrões, com soluções de design surpreendentes, que criam uma atmosfera moderna, num meio rural onde as tradições dão o tom.
A vila medieval de Trancoso é fortemente marcada pela ancestral presença judaica. Esta comunidade conheceu um notável crescimento económico e social ao longo da Idade Média, muito impulsionado pela importante feira de Trancoso.
No século XV a população judaica desta vila raiana ultrapassava os 500 habitantes, provocando o extravasar da comunidade para fora das portas da judiaria.
Ainda hoje as ruas ancestrais de Trancoso podem levá-lo a uma época em que os costumes hebraicos eram celebrados nas terras da Beira.
É nas ombreiras das portas que as marcas dos judeus se deixam ver, entre cruzes, estrelas de David e palavras hebraicas. Partindo das Portas d’El Rei, percorra as ruas da Corredoura e de São João, em direção à judiaria, ao longo das quais as casas exibem marcas de cristãos novos.
Na rua da Estrela surge “D’us” gravado em hebraico, e na Rua do Bandarra está a marca de um candelabro. No Largo Luís de Albuquerque espera-o a mais imponente habitação judaica da vila, a Casa do Gato Preto. Aqui, o Leão de Judá e as Portas de Jerusalém gravados em relevo indicam-nos que esta era a residência do rabino (e possivelmente a sinagoga da comunidade).
É muito interessante caminhar pelas ruas da Alegria e dos Mercadores, que escondem marcas religiosas, ou pela dos Cavaleiros, onde a estrela de seis pontas nos indicia que ali viveram judeus. Termine o périplo na casa da Praça D. Dinis, onde nos anos 80 do século passado foi encontrado, escondido na parede, um rolo com a oração do Shemá de Israel.
No fim da visita, dê um salto ao Centro de Interpretação da Cultura Judaica Issac Cardoso, edificado no coração da antiga judiaria. Fundado em 2012, este espaço da autoria do Arquiteto Gonçalo Byrne, onde se destaca a moderna Sinagoga Beit Mayim Hayim (que em português significa Poço das Águas Vivas), pretende ser um espaço de cultura e debate, dando a conhecer o legado ancestral das comunidades judaicas da região da Beira.
Indispensável uma visita ao castelo e às muralhas; o Passeio Judaico e o Centro de Interpretação Judaico Isaac Cardoso; as portas de El Rei, Carvalho e Prado; a Judiaría e a Casa do Gato Preto; e ainda a Casa de Bandarra.