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Ênio Fonseca, um dos fundadores do Jornal MG TURISMO: Emocionado, Ênio Marcus Brandão Fonseca fala de seu saudoso pai

Enio Fonseca, meu pai, sociólogo, advogado, bacharel em turismo, foi principalmente jornalista, atividade a que se dedicou em todos os grandes jornais com circulação no Estado, em especial no Diário de Minas.

Em uma de suas últimas fotos, Ênio Fonseca com seus amigos Suely e Antônio Claret Guerra, em acontecimento social do
JORNAL MG TURISMO – FOTO ARQUIVO PESSOAL

Um “dinossauro” da grande imprensa, lembrado por sua competência, liderança e ética.

Trabalhou nos jornais Última Hora, fechado durante o golpe militar, prejudicando por longos anos as carreiras dos profissionais que lá estavam.

Lembro de sua atuação no Jornal de Minas, Diário de Minas, no grupo Força Nova de Comunicação e por fim no Estado de Minas, foi correspondente da revista Panrotas, e fundador , junto com o amigo Antonio Claret, do jornal MG Turismo em 1985, tendo sido ainda coordenador geral da sucursal da Agência Nacional , depois EBN- Empresa Brasileira de Notícias , tendo sido fundador da Associação Brasileira de Jornalista de Turismo em MG, Abrajet, onde foi seu presidente.Foi também Assessor de Comunicação em diversos momentos de algumas Secretarias de Governo.

Participou de muitas entidades de classe , e me lembro de ter sido do Conselho Empresarial de Turismo da Associação Comercial de MG.

Em 2012 ele deixou esse plano, já viúvo de Haydée Brandão Fonseca, deixando seus filhos, Denise , Maria José, Alexandre e a mim, que orgulhoso tinha também o seu nome Enio.

Foi no Diário de Minas que viveu a maior parte de sua vida profissional, e de onde guardamos as melhores lembranças que temos enquanto criancas . Lá ele foi Secretário de Redação e Editor Geral. Ganhou, dentre outros prêmios, dois Treféus Cid de jornalismo, a medalha Santos Dumont .Também recebeu o título de Cidadão Honorário de Ibirité, onde tivemos um sítio por mais de 30 anos, e o de Honra ao Mérito da Prefeitura de Belo Horizonte.

Em especial, manteve por muitos anos no jornal, uma coluna dedicada a autores e livros. Divulgava aquilo que recebia das editoras, e abria espaço para novos autores. Quando faleceu, doamos para a Biblioteca Pública uma Kombi cheia de livros, que permitiram que todos nós incorparssemos o hábito da leitura em nossas vidas.

Não concluiu um sonho que era escrever sobre a censura nas redações, durante o período do governo militar, mas tinha guardado várias matérias com os cortes dos censores, que estavam sempre nas redações, durante um longo período.

Nos velhos tempos os jornais eram fechados depois de meia noite, e ele sempre estave lá até o final, e muitas vezes acompanhava os colegas numa cerveja que se estendia até mais tarde no restaurante Tavares, que ficava perto da Praça Raul Soares.

Foi no jornalismo de turismo , em especial no MG Turismo, ainda presidido pelo Antonio Claret, que encontrou sua maior satisfação profissional.

Tem uma frase do então secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, que exemplifica como Enio Fonseca era visto enquanto um profissional do setor: Disse ele: ” …pois, como já dizia o então jornalista Enio Fonseca, em suas inúmeras publicações, o segmento do turismo e lazer é um dos que mais emprega aqui e no mundo inteiro, com a vantagem de ser uma indústria sem poluição e sem chaminés. É um setor de grande importância no desenvolvimento , por meio da contratação de mão de obra especializada, que vai desde os encarregados da limpeza, passando para o gerenciamento pessoal de atendimento, enfim, um verdadeiro exército com o fito de proporcionar eficaz bem estar aos hospedes”.

Gostamos de recordar na infancia, as muitas idas ao Diário de Minas, onde na redação um grande grupo de competentes jornalistas atuava, ver na gráfica os linotipos e prensas, e suas formas de chumbo, a sala de revelação de fotos, o telex, o telefoto que recebia fotos das agências de jornalismo, por linha telefônica.

Fecho essas lembranças, com alguns ensinamentos dele:

“O jornalista deve sempre ouvir os dois lados”. A posição política do jornal deve ser dada pelo editorial”. “A verdade é a essência do bom jornalismo”. Não deixe nunca de estudar e se atualizar”.’ Ajude os mais necessitados”, ele um apoiador da Sociedade São Vicente de Paula e de outras entidades sociais em Ibirité.