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Igreja de Santiago e Panteão dos Cabrais

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A igreja de Santiago é um importante testemunho do Românico tardio.

A sua construção deve remontar aos meados do século XIII, embora as origens da paróquia de Belmonte, que a igreja servia, sejam anteriores, estando documentada desde 1186.

Estátua de Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil – Foto Suely Calais/Divulgação Visit Center of Portugal

Exteriormente, a igreja revela as reformas por que passou na época moderna, em particular a empreendida na primeira metade do século XVII, quando D. Francisco Cabral remodelou o panteão familiar anexo.

No interior há importantes elementos medievais, que conferem a relevância e a originalidade de que o conjunto desfruta. De nave única e capela-mor rectangular, mantém a proporção românica, com arco triunfal de arco de volta perfeita, e duas arquivoltas assentes em capitéis de decoração antropomórfica.

Do lado Norte, sensivelmente a meio da nave, conserva-se o que parece ser a antiga porta de acesso à capela gótica dos Cabrais, posteriormente entaipada, mas onde são visíveis as armas dos Cabrais.

Um púlpito tardo-gótico decorado com motivos geométricos, a que se associam vieiras – símbolo de Santiago, a quem o templo é dedicado.

Junto do arco triunfal, existe a capela de Nossa Senhora da Piedade, onde se vê o túmulo medieval provavelmente de D. Maria Gil cuja tampa é decorada com as armas dos Cabrais. Esta pequena capela, integrada no interior da igreja, ficou a dever-se à vontade de D. Gil Cabral, bispo da Guarda que, a 30 de Maio de 1362, deixou expresso em testamento o desejo de que sua filha, D. Maria Gil edificasse uma capela dedicada da Nossa Senhora da Piedade.

Na capela-mor por detrás dos retábulos setecentistas, foram descobertas pinturas murais de inícios do século XVI que representam Santiago ladeado por São Pedro e pela Virgem Maria, enquadrados por painéis laterais decorados com motivos florais.

O panteão dos Cabrais, no lado Norte da igreja e é um espaço rectangular de origem gótica, presumivelmente edificado a partir de 1433, por iniciativa dos pais de Pedro Álvares Cabral.

Aqui se conservam os túmulos da família, um deles diante do altar e outros dois inseridos nas paredes laterais. Enriquecido o conjunto com retábulos do século XVIII e com uma nova torre sineira em 1860 o complexo monumental foi restaurado na década de 60 do século XX, altura em que se refez toda a estrutura do telhado e se suprimiram alguns retábulos do panteão dos Cabrais.

Em 1971, com o intuito de preservar a memória de Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil, executou-se uma cruz em ferro e um cenotáfio.

Belmonte foi a vila berço de Pedro Alvares Cabral para sempre ligada ao descobrimento do Brasil.