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Jovem de espírito, na maturidade dos 71 anos

POR: ABELARDO JUREMA FILHO

Acabei de completar 71 anos. Aos que me perguntam o que faço para manter uma aparência jovem, sempre respondo: “o espírito não envelhece”. Na verdade, me orgulho muito da idade que tenho. Descobri que  sou hoje o homem que deveria ter sido durante toda a minha vida. Não gostaria de retroceder um ano sequer e vou seguir em frente, confiante,  para ver aonde  vamos após essa experiência fascinante que é viver. 

Um dos maiores benefícios da maturidade é a sabedoria, o poder de escolha. É trocar a pergunta sobre “o que eu estou fazendo aqui?” pelo questionamento “o que vou fazer lá?”. É saber o que queremos e, principalmente, o que não queremos. 

Creio que a minha geração, dos Beatles, do amor livre, da pílula anticoncepcional, do movimento hippie da paz e do amor, do festival de Woodstok e de tantas outras conquistas, também acabou com a velhice. Só fica velho quem quer, quem assume essa postura, que se entrega a idade que, na realidade, está no nosso espírito e nas nossas cabeças, e não na pragmática contagem dos anos.

Sigo o conselho que retirei de algum lugar: “o segredo para desfrutar a vida plena  é ser jovem o mais velho possível”. Assim como o ex-beatle Paul MCartney, que, aos 81 anos, completados  no dia 18 de junho, mostra uma vitalidade plena cantando as suas canções e encantando todas as gerações, me espelho nele e em outros ídolos como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Roberto Carlos, que também cumprem o que se convencionou chamar a “idade provecta”, e permanecem dando exemplos de juventude e entusiasmo.

Sou um ser inquieto movido a emoções e desafios. Que só sabe viver apaixonadamente. Que não guarda ódio, mágoas ou rancores. Que consegue dormir com a consciência em paz.  Que se doa e se entrega a tudo o que faz, seja na minha vida pessoal ou em minhas atividades profissionais. Responsável pelos meus atos e  comprometido com o meu trabalho.

Longe de ser um homem rico, remunero-me pelo salário moral e estou muito satisfeito com o que sou e com o que construí. Tenho minha mulher, minha familia, meus amigos, filhos e netos mas acredito que ainda tenho muito o que fazer por aqui. 

Sou jornalista há 50 anos. Já escrevi livros; plantei uma árvore. Mas quero plantar um jardim e trabalhar muito para dar vazão a esse meu sentimento irrefreável de me doar aos outros, de praticar o bem, de contribuir de alguma forma com a comunidade em que vivo e o bem coletivo.

É a fé em Deus que me impulsiona. É a força do Espirito Santo que me domina. E é o amor pela vida que me faz um homem feliz  e me preserva a juventude.

Crédito da foto: Pixabay