Segmento que movimenta cerca R$ 750 milhões por ano no Brasil é um dos que poderão operar no Anatars Polo Aeronáutico, aeroporto executivo que está sendo construído em Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital goiana

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Com uma alta densidade médica, afinal são 8,67 profissionais a cada mil habitantes, enquanto o índice nacional é de 2,81 médicos para cada mil habitantes, e com a maioria dos profissionais com registro de Qualificação de Especialidade Médica (RQE), conforme dados da Demografia Médica 2024 do Conselho Federal de Medicina (CFM), Goiânia há muito tempo tem sido referência em serviços de saúde especializados, e não só para Goiás, mas também para muitos outros estados no Centro-Oeste e também em outras regiões brasileiras, como Bahia (nordeste) e Tocantins (norte).
Abrigando vários estabelecimentos habilitados a realização de procedimentos de média, alta e altíssima complexidade, como o Hospital Albert Einstein Goiânia, que faz parte do complexo de saúde e negócios, o Orion Complex, a capital goiana pode se consolidar ainda mais na prestação de serviços médicos especializados, graças a sua localização geográfica privilegiada no centro do país. “Além de estarmos quase que colados à Brasília, estamos a uma hora ou uma hora e meia de voo de cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Palmas e Cuiabá; também a duas horas de avião do Rio ou de Salvador; e no máximo a cinco horas de voo de capitais como Manaus e Belém, mais ao norte do país”, explica o empresário Marcos Bernardo Campos, um dos sócios-empreendedores do Antares Polo Aeronáutico, aeroporto executivo privado que está sendo construído no município de Aparecida de Goiânia, na Grande Goiânia, e que irá receber, dentre várias outras operações da aviação geral, aquelas ligadas aos serviços de transporte médico especializados.
O setor aeromédico movimenta atualmente cerca de R$ 750 milhões por ano no Brasil, segundo dados de 2023 da Associação Brasileira de Operações Aeromédicas (Aboa) Atualmente, cerca de 450 aeronaves no país são autorizadas a realizar esse tipo de transporte, sendo 10% delas operadas pelo poder público e 90% pela iniciativa privada.
Novas regulações
Apesar do alto custo operacional, especialistas enxergam espaço para o segmento crescer, especialmente após novas regulações feitas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e que já estão em vigor. Uma delas é a possibilidade de uso de aeronaves da frota de táxi aéreo para realizar serviços de resgate em acidentes. Até as alterações introduzidas pela Anac em 2022, esse serviço era feito exclusivamente por aviões e helicópteros pertencentes ao poder público. Hoje, aeronaves privadas, devidamente autorizadas e preparadas, também podem atuar nesse campo da aeromedicina.
“O tempo é um elemento sempre vital quando falamos de atendimento médico emergencial e de alta complexidade. E acaba que, muitas vezes, somente por meio do transporte aéreo, se é possível fazer essa locomoção da maneira segura e rápida, que as situações de urgência e emergência médicas exigem”, salienta Marcos Bernardo, ao falar que Goiânia é uma cidade preparada tanto para receber quanto para enviar pacientes transportados por via aérea.
Além das UTIs aéreas, que no período da pandemia da Covid-19 foram fundamentais para salvar muitas vidas, outro serviço de saúde especializado igualmente fundamental e que também é feito por via aérea é o transporte de órgãos e tecidos humanos. Para se ter uma ideia, só no ano de 2023, a aviação brasileira, seja por aeronaves de empresas privadas ou do poder público, realizou mais de 7.700 operações de pouso e decolagem envolvendo alguma missão desta natureza, movimentando 4.224 órgãos a serem transplantados.

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“Em São Paulo, o governador Tarcísio [de Freitas] lançou recentemente o programa TransplantAR Aviação Solidária, que por meio da parceria com a Aboa [Associação Brasileira de Operações Aeromédicas], utiliza aeronaves privadas para o transporte gratuito de órgãos destinados a transplantes. Em São Paulo essa iniciativa irá funcionar muito bem porque é um estado que já tem uma ampla infraestrutura aeroportuária. Mas Goiás pode também operar esse tipo de ação, e até com mais efetividade, pois estamos no centro do país, mas é importante ampliar sua infraestrutura aeroportuária, essa pelo menos, é uma das intenções do Antares”, afirma Marcos Bernardo.
Com 209 hectares de área total, o Antares Polo Aeronáutico está sendo implantado pelas empresas goianas Tropical Urbanismo, Innovar Construtora, CMC Engenharia, BCI Empreendimentos e Participações e RC Bastos Participações. A obra promete entregar o mais moderno aeroporto executivo do Centro-Oeste, sendo 100% privado. Em sua primeira fase, será entregue um terminal de passageiros, toda a infraestrutura para abrigar negócios de todos os segmentos da aviação geral e a pista de dois mil metros de extensão por 30 de largura. “Além de empresas de serviços aeromédicos, teremos condições de abrigar também indústrias de peças, hangaragem, manutenção aeronáutica, operar voos executivos e táxi aéreo e outras operações”, detalha Marcos Bernardo, sócio-empreendedor.