Mostra de Cinema resgata obra da atriz e diretora Helena Ignez

Helena Ignez, um dos nomes mais revolucionários do cinema brasileiro, ganha sua primeira retrospectiva integral como diretora na Mostra A Mulher da Luz Própria. Pela primeira vez, todos os filmes que dirigiu serão exibidos em uma única mostra, acompanhados por obras em que atuou e títulos que marcaram sua trajetória. Atriz de filmes icônicos como “O Bandido da Luz Vermelha”, “O Padre e a Moça” e “A Mulher de Todos” e parceira de criação de cineastas que transformaram a linguagem cinematográfica, Helena também construiu uma trajetória autoral como diretora. Entre os anos 1960 e 1970, ela revolucionou a relação entre corpo e câmera e construiu uma filmografia singular, agora reunida nessa retrospectiva inédita.
De 20 de março a 4 de abril, no Cinema do Centro Cultural Unimed-BH Minas, o público poderá acompanhar essa homenagem a uma das artistas mais inventivas do país. Os ingressos são gratuitos, com distribuição presencial 1 hora antes da sessão. A mostra também oferece sessões comentadas com a presença de Helena Ignez, Sinai Sganzerla e convidados, além de uma oficina de atuação e uma edição especial da revista Vai e Vem dedicada à artista.
Programação
Com curadoria de Samuel Marotta e Ewerton Belico, a mostra se organiza em eixos a partir da produção de Helena como diretora; sua atuação como atriz junto a seus principais parceiros criativos e filmes de outros diretores selecionados por ela.
“Helena Ignez participa diretamente da profunda renovação vivida pelo cinema brasileiro ao longo dos anos sessenta e setenta, responsável por produzir muito do que de mais ousado e transformador se realizou ao longo da trajetória cinematográfica do Brasil. Helena é ainda uma criadora em pleno diálogo com o presente, tanto como diretora – em uma carreira iniciada tardiamente, e que já completa mais de 20 anos – quanto atriz, em uma história que ultrapassa seis décadas de contínuo embate para a emergência do novo”, afirmam os curadores.
Pela primeira vez, todos os filmes dirigidos por Helena Ignez serão exibidos juntos. Seu percurso como realizadora, ainda não contemplado em uma retrospectiva integral, inclui um curta-metragem, quatro médias e sete longas, desde “Reinvenção da Rua” (2003) até “A Alegria é a Prova dos Nove” (2023).
“Isso é ser atriz para mim, ser atora. Eu não gosto da palavra atriz. Isso é ser ator. Ser atora. É ser altamente criativo, ser um elemento vivo que dialoga com a câmera independente do diretor, não é? Então, era impossível não ser assim. Era impossível não ser performática, não ser ativa, não ser criadora, não ser autora. Isso para mim era a essência, a essência. Eu, primeiro, conheço os meus atores, sei quem são eles e são escolhidos para render. E depois é muito amor e liberdade. Só isso, grande amor e liberdade. Exigência nisso que vão fundo, que vão fundo”, afirma Helena.
A mostra também apresenta um panorama de sua carreira como atriz, reconhecida por atuações marcantes ao longo de mais de seis décadas dedicadas ao cinema, evidenciando sua importância na atuação brasileira e seu papel no cinema mais ousado e inovador. “São filmes que narram as transformações vividas pelo cinema brasileiro em sua batalha contra o establishment cultural e as constantes tentativas de sabotagem da invenção cinematográfica”, comentam Ewerton Belico e Samuel Marotta.
Entre os trabalhos, está sua estreia cinematográfica com Glauber Rocha em “O Pátio”, além de alguns dos mais importantes trabalhos de ruptura a partir da revolução do Cinema Novo, como “Cara a Cara” (1967), de Júlio Bressane. Também integram a programação as obras de Rogério Sganzerla – seu parceiro de vida e de cinema – incluindo “O Bandido da Luz Vermelha”, “A Mulher de Todos”, “Copacabana Mon Amour” e “Sem Essa, Aranha”. O recorte se completa com filmes contemporâneos que reafirmam sua presença no cinema atual, como “O Mel é Mais Doce que o Sangue”, de André Guerreiro Lopes, e “Helena de Guaratiba”, de Karen Black.
Outro eixo traz filmes que documentam sua trajetória e o impacto de sua obra, assim como trabalhos com alguns de seus principais parceiros criativos: “Belair”, de Bruno Safadi, e “A mulher da luz própria”, de sua filha Sinai Sganzerla. Além de ser homenageada, Helena assume o papel de curadora ao selecionar cinco filmes que marcaram sua trajetória, incluindo títulos de Orson Welles, Billy Wilder, Jean-Luc Godard, Stanley Kubrick e Glauber Rocha.
Oficina
Como parte da programação, a mostra oferece uma oficina de atuação com a atriz Bárbara Vida, parceira de Helena Ignez em trabalhos recentes. A oficina acontece de 20 a 23 de março, no período da tarde. Em quatro dias de oficina, os alunos entrarão em contato com a linguagem performática de atuação no cinema. Através de exercícios práticos com a câmera, exibição de trechos de filmes e conversas sobre o ator no audiovisual. A oficina partirá da experiência do cinema experimental e de arte da atriz Barbara Vida e será focado especialmente no seu trabalho de atuação nos filmes dirigidos por Helena Ignez. As inscrições podem ser feitas até 16 de março pelo link https://bit.ly/oficina_mostrahelenaignez .
Serviço
Mostra “A mulher da luz própria: o cinema de Helena Ignez”
Data: 20/3 a 4/4
Local: Cinema do Centro Cultural Unimed-BH Minas
Entrada franca, com distribuição de ingressos 1h antes de cada sessão.
PROGRAMAÇÃO
20/3 – Quinta-feira
18h20 – Filme de abertura: A Mulher da Luz Própria, Sinai Sganzerla, 81’, 2019.20h30 – Comentário sobre a trajetória de Helena Ignez.
Convidados: Helena Ignez, Sinai Sganzerla, Djin Sganzerla, com mediação dos curadores da mostra Ewerton Belico e Samuel Marotta.
21/3 – Sexta-feira
16h – A Mulher de Todos, Rogério Sganzerla, 93’, 1969.
18h20 – Ossos, Helena Ignez, 19’, 2014 | Ralé, Helena Ignez, 73’, 2015.
20h30 – O Mel é Mais Doce que o Sangue, André Guerreiro Lopes, 70’, 2023. Apresentação da sessão com o diretor.
22/3 – Sábado
16h – Roda de Conversa sobre o eixo da mostra “Carta Branca”, com Cláudia Mesquita, Carla Maia e Helena Ignez.
18h20 – Nascido para Matar, Stanley Kubrick, 116’, 1987.
20h30 – Fogo Baixo, Alto Astral, Helena Ignez, 5’, 2020 | A Moça do Calendário, Helena Ignez, 86’, 2018.
23/3 – Domingo
16h – Copacabana Mon Amour, Rogério Sganzerla, 85’, 1970.
18h20 – A Grande Feira, Roberto Pires, 91’, 1961.
20h30 – A Miss e o Dinossauro, Helena Ignez, 18’, 2005 | Canção de Baal, Helena Ignez, 77’, 2008.
24/3 – Segunda-feira
18h20 – Reinvenção da Rua, Helena Ignez 27’, 2003 | Feio, Eu? Helena Ignez, 70’, 2013.20h30 – A Grande Feira, Roberto Pires, 91’, 1961.
25/3 – Terça-feira
18h20 – Verdades e Mentiras, Orson Welles, 90’, 1973.20h30 – Fogo Baixo, Alto Astral, Helena Ignez, 5’, 2020 | A Moça do Calendário, Helena Ignez, 86’, 2018.
26/3 – Quarta-feira
16h – Cara a Cara, Júlio Bressane, 72’, 1967.
18h20 – O Pátio, Glauber Rocha, 11’, 1959 | Deus e o Diabo na Terra do Sol, Glauber Rocha, 120’, 1964.
20h30 – O Bandido da Luz Vermelha, Rogério Sganzerla, 92’, 1968. Debate com Teuda Bara e Eid Ribeiro.
27/3 – Quinta-feira
16h – A Miss e o Dinossauro, Helena Ignez, 18’, 2005 | Canção de Baal, Helena Ignez, 77’, 2008.
18h20 – O Padre e a Moça, Joaquim Pedro de Andrade, 90’, 1966.
20h30 – Roda de Conversa: Helena Ignez e o cinema contemporâneo. Convidados: Bruno Safadi, Cristiano Burlan, Karen Black.
28/3 – Sexta-feira
16h – Roda de Conversa: Atuação e direção. Convidada: Simone Spoladore.
18h20 – Sem Essa, Aranha, Rogério Sganzerla, 98’, 1970.
20h30 – A Mulher de Todos, Rogério Sganzerla, 93’, 1969.
29/3 – Sábado
16h – Antes do Fim, Cristiano Burlan, 86’, 2017 | Helena de Guaratiba, Karen Black, 15’, 2024.
18h20 – Belair, Bruno Safadi, 80’, 2010.
20h30 – Luz nas Trevas: A Volta do Bandido da Luz Vermelha, Helena Ignez e Ícaro Martins, 83’, 2010.
30/3 – Domingo
16h – Acossado, Jean-Luc Godard, 87’, 1960.
18h20 – Ossos, Helena Ignez, 19’, 2014 | Ralé, Helena Ignez, 73’, 2015.
20h30 – A Alegria é a Prova dos Nove, Helena Ignez, 100’, 2023.
31/3 – Segunda-feira
18h20 – Copacabana Mon Amour, Rogério Sganzerla, 85’, 1970.
20h30 – Luz nas Trevas: A Volta do Bandido da Luz Vermelha, Helena Ignez e Ícaro Martins, 83’, 2010 (Sessão fechada para alunos do EJA).
1º/4 – Terça-feira
18h20 – Reinvenção da Rua, Helena Ignez, 27’, 2003 | Feio, Eu? Helena Ignez, 70’, 2013.
20h30 – Poder dos Afetos, Helena Ignez, 31’, 2013 | Fakir, Helena Ignez, 80’, 2019.
2/4 – Quarta-feira
18h20 – O Pátio, Glauber Rocha, 11’, 1959 | O Padre e a Moça, Joaquim Pedro de Andrade, 90’, 1966.
20h30 – Mesa Redonda: Helena Ignez e a história do cinema brasileiro. Convidados: Luiz Rocha Melo, Pedro Vaz e Carla Maia.
3/4 – Quinta-feira
16h – Quanto Mais Quente Melhor, Billy Wilder, 120’, 1959.
18h20 – Poder dos Afetos, Helena Ignez, 31’, 2013 | Fakir, Helena Ignez, 80’, 2019.
20h30 – O Signo do Caos, Rogério Sganzerla, 82’, 2003.
4/4 – Sexta-feira
16h – Sem Essa, Aranha, Rogério Sganzerla, 98’, 1970.18h20 – A Alegria é a Prova dos Nove, Helena Ignez, 100’, 2023.
20h30 – Cara a Cara, Júlio Bressane, 72’, 1967.
20 a 23/3
Das 14h às 17h – Oficina: O ator performático no cinema – com Barbara Vida
Informações: https://bit.ly/oficina_mostrahelenaignez
Estacionamento com acesso interno: entrada pela rua da Bahia, ao lado do Teatro. Após estacionar o veículo, o usuário chega ao Teatro por elevador interno, com rapidez e segurança. O Estacionamento fica aberto até meia hora após o fim do espetáculo. |
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