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O que uma viagem me ensinou sobre empoderamento físico

Por Letícia Marchetto 

Você já parou para pensar sobre a demanda física que as férias que você escolheu podem impor ao seu corpo? Eu sempre brinco que me exercito para viajar.

Sou Letícia Marchetto, formada em educação física, instrutora e criadora do método Ballet Fly e no mês passado fiz uma viagem intensa pela Europa, passando por nove cidades diferentes em dezesseis dias. Baseada na minha experiência, quero partilhar sobre a importância de um bom condicionamento físico para uma experiência de férias positiva em momentos de grande atividade, carregando malas e presentes para lá e para cá.

Meu objetivo final de viagem era realizar dois sonhos: viajar em grupo com meus amigos e conhecer o maior festival de música eletrônica do mundo, o Tomorrowland Bélgica. Uma vez que ir pra Europa está cada dia mais caro, não podia fazer só um bate e volta e decidi me dar a oportunidade de visitar outras cidades, o que deixou meu roteiro puxado! Passei por Lisboa, Amsterdã, Bruxelas, Antuérpia, Boom, Bruges, Colônia, Berlim e Zurique, mesmo alguns desses locais sendo apenas para transição – em Bruxelas, parei pra tomar uma cerveja na Delirium e comer Moules Frites; já na Antuérpia, usava o local para dormitório e ia para a Tomorrowland de trem, na cidade vizinha que é Boom.

Bem, mesmo para tudo isso, meu plano era levar apenas uma bagagem de mão nos padrões de avião e uma mochila. Gosto muito de cores, estampas e variedade, por isso investi em peças leves que combinam entre si. Inicialmente, tudo estava dentro do planejado, com um peso total de dez quilos. Porém, na última hora, encontrei as peças ideais para curtir o festival Tomorrowland Bélgica do jeito que eu gosto: com muito brilho! Acabei escolhendo um top de pérolas e um vestido de cristais deslumbrantes que, somados, pesavam mais de cinco quilos. Como resultado, ao sair do Brasil, minhas bagagens já ultrapassavam todos os limites que eu havia estabelecido para essa jornada. 

Na verdade, eu passei perrengue atrás de perrengue, mas cada desafio se transformou em uma experiência divertida e memorável para mim. E, embora a natureza da viagem tenha sido urbana, os desafios impostos a meu corpo foram significativos. Com longas caminhadas diárias que variavam entre 20 a 30 km, além de extensas horas de deslocamento, tornou-se evidente a importância de estar fisicamente preparada.

Além disso, a cada cidade que eu visitava, expandia ainda mais minha bagagem ao experimentar novos vinhos, cervejas, queijos e outras delícias que eu fazia questão de trazer de volta para casa. A mala de viagem tornou-se uma metáfora às avessas do Caminho de Santiago, começando cheia e, a cada parada, tornando-se ainda mais pesada. Mas, o ponto que eu quero trazer aqui é: ao viajar entre as cidades, eu não pegava táxi, de modo algum! 

Depois de desembarcar, pegava o trem, mudava para o tram, descia, pegava um ônibus, ia para o hotel e, em alguns casos, subia escadas, pois alguns hotéis não tinham elevador. Depois, descia escadas, caminhava até a rodoviária, subia escadas novamente, colocava a mala no bagageiro e entrava no ônibus… (risos).

Nesse contexto, o treinamento de força e resistência, especialmente o do método Ballet Fly, em que praticamos movimentos de dança aérea no tecido acrobático, se revelou crucial para mim, pois ele não só desenvolve musculatura e flexibilidade, mas também aprimora habilidades essenciais como equilíbrio e agilidade. Além disso, a importância de um core fortalecido não pode ser subestimada. Ficar longos períodos em pé ou sentado, como ocorre em deslocamentos e eventos como o festival Tomorrowland Bélgica em que eu fui, pode resultar em desconfortos nas costas se não estivermos preparados. 

Um abdômen forte é fundamental para manter uma postura adequada e proteger a coluna, permitindo que aproveitemos cada momento sem incômodos e por mais tempo. Sendo sincera, eu passava os dias dançando e transitando entre mais de 16 palcos, frequentemente deixando o hotel ao meio-dia e retornando após às 2 horas da manhã. Graças ao condicionamento físico adquirido por meio do Ballet Fly, consegui sustentar altos níveis de energia, aproveitando cada instante da programação sem me sentir exausta.

Dessa forma, acredito que essas reflexões ressaltam a importância do condicionamento físico não apenas para o desempenho atlético, mas também para a qualidade de nossas vivências cotidianas. Assim, ao planejar suas próximas férias, considere a inclusão de treinos de força na sua rotina. O Ballet Fly representa uma excelente abordagem para construir um corpo resistente e ágil, capacitando-o a explorar o mundo com leveza e vigor. Então, que possamos transformar nossas experiências de viagem em momentos inesquecíveis, repletos de aprendizado e prazer.

*Letícia Marchetto é criadora e instrutora do método Ballet Fly e Bacharel e Licenciada em Dança e Movimento pela UAM. Também Bacharel em Educação Física. É formada em Pilates pela Stott Pilates e participou da formação de instrutores em tecido acrobático pela Aerial Physique. Já ministrou workshops presenciais na Uniffied Pilates (Melbourne, Austrália) e online para a Balans Pilates (Perth, Escócia).

Crédito da foto: Divulgação