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Pela primeira vez uma mulher árabe e dos Emirados apresenta candidatura para Secretária-Geral do Turismo da ONU

Sheikha Al Nowais propõe uma reforma estrutural do sistema global de turismo para liderar uma nova era de governança global, com foco em regeneração ecológica, equidade digital e governança inclusiva. 

  • Com duas décadas de atuação no setor privado, Al Nowais oferece visão estratégica e orientada a resultados, além de profundo conhecimento operacional do ecossistema global do turismo. 
  • A votação para Secretária-Geral do Turismo da ONU para o período 2026-2029 ocorrerá nos dias 29 e 30 de maio em Segóvia, na Espanha. 
Sheikha Al Nowais
Divulgação

Sheikha Al Nowais anunciou oficialmente sua candidatura para Secretária-Geral do Turismo da ONU para o período de 2026-2029 após ser indicada pelos Emirados Árabes Unidos (EAU), cuja votação ocorrerá nos dias 29 e 30 de maio em Segóvia, na Espanha. Sua proposta representa o compromisso com uma liderança renovada, comprometida com uma transformação profunda e multidimensional do turismo internacional. 

Primeira mulher árabe e dos Emirados a aspirar a essa posição, Al Nowais tem histórico de duas décadas no setor privado construindo negócios de turismo sustentáveis. Atualmente, ela é vice-presidente corporativa de relações com proprietários da Rotana, um dos principais grupos hoteleiros do Oriente Médio e da África, onde impulsiona estratégias comerciais, parcerias e operações focadas em lucratividade e transparência. Além disso, ela ocupou cargos importantes como Diretora de Auditoria Interna e Representante Executiva no desenvolvimento do hotel Saadiyat Rotana, liderando projetos de alto impacto e governança. 

Seu profundo conhecimento operacional do ecossistema global de turismo, tendo liderado parcerias público-privadas e investimentos estratégicos, traz uma liderança com mentalidade reformista focada em ações práticas e comerciais. Sua candidatura se baseia em três pilares fundamentais: sustentabilidade e regeneração ecológica, infraestrutura digital equitativa e governança inclusiva e decolonial. 

O primeiro eixo de sua proposta é a sustentabilidade entendida numa perspectiva regenerativa. Al Nowais defende um planejamento que restaure ecossistemas, fortaleça comunidades locais e esteja alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e os mandatos da Conferência das Partes (COP). Diante do esgotamento do modelo extrativista, aposta em sistemas turísticos positivos para a natureza e capazes de diversificar as economias locais. 

Em relação ao Brasil, Al Nowais  propõe que a Organização das Nações Unidas para o Turismo  apoie o setor no país, com novos projetos, troca de experiências e investimentos em educação. Ela considera que o reconhecimento do turismo como uma atividade econômica importante para países em desenvolvimento, como o Brasil, destaca sua capacidade de gerar investimentos e empregos, além de possibilitar o surgimento e crescimento de empresas voltadas para a exploração do turismo sustentável. 

“O Brasil é uma das lideranças no turismo sustentável mundial, e queremos aprender mais sobre a estrutura, boas práticas e programas governamentais nas regiões mais pobres para estendê-los a outros países. A Organização das Nações Unidas para o Turismo inaugurou este ano um escritório no Rio de Janeiro, com o objetivo de apoiar todas as suas ações nas Américas”, afirma  Al Nowais . 

O segundo pilar de sua candidatura é a promoção de uma infraestrutura digital inclusiva que democratize o acesso a tecnologias avançadas de turismo. Al Nowais defende a disseminação equitativa de ferramentas tecnológicas, garantindo que sua implementação não exclua estados do Sul Global. 

“O turismo continuará a crescer, mas precisamos decidir se esse crescimento beneficiará alguns ou gerará prosperidade compartilhada. Meu compromisso é garantir que essa visão se traduza em ações globais”, destaca.  

O terceiro eixo se concentra na reforma profunda da arquitetura de governança da ONU Turismo, voltada para uma representação mais plural e interseccional. Al Nowais defende uma abordagem decolonial que põe fim à mercantilização cultural do turismo e defende os direitos das comunidades indígenas, a liderança local nas economias do turismo e a proteção do patrimônio. 

Para ela, a organização precisa se modernizar institucionalmente, com processos mais participativos. “O Turismo da ONU precisa ser mais transparente, mais ágil digitalmente e mais representativo. A possibilidade de a Organização das Nações Unidas para o Turismo ter uma mulher como líder é de extrema importância para países como o Brasil, onde há um amplo debate sobre igualdade de gênero e a necessidade de as mulheres ocuparem cada vez mais papéis importantes em empresas e instituições. Espero discutir esse tema em profundidade com líderes femininas brasileiras e também aprender muito com elas” observa. 

SOBRE Sheikha Al Nowais 

Sheikha AI Nowais é a única candidata na atual disputa para Secretário-Geral da OMT com fortes credenciais no setor privado e um histórico de sucesso em sustentabilidade, resiliência a crises e crescimento inclusivo. Sua campanha é baseada em uma plataforma reformista e busca reinventar a governança do turismo por meio de equidade, inovação e ação.