A concessão do título ganha ainda mais relevância num momento de tanta dificuldade pela qual passam 90% dos municípios gaúchos
Pelotas (RS) se tornou oficialmente a Capital Nacional do Doce. O título, concedido pelo Governo Federal, por intermédio do Ministério do Turismo, irá contribuir para o desenvolvimento do turismo local. Situada a 261 quilômetros de Porto Alegre (RS), a cidade já era informalmente reconhecida por seus doces e roteiros ligados aos quitutes culinários, mas o reconhecimento promete impulsionar ainda mais o segmento, especialmente o gastronômico, e o comércio local.
A concessão do título ganha ainda mais relevância num momento de tanta dificuldade pela qual passam 90% dos municípios gaúchos, com as recentes enchentes. “Em meio a tanta tristeza que a gente vem tendo no nosso Estado, essa lei vem trazer alegria e esperança para a população e para os profissionais do doce em Pelotas. Reconhece toda nossa história, nossa tradição e o dia a dia de trabalho dos empreendedores do ramo”, afirma a presidente da Associação dos Produtores de Doces de Pelotas, Simone Bica.
O título agregará à história da cidade, que conta com a tradicional Feira Nacional do Doce, evento que ocorre todos os anos desde 1988, em meados de maio e junho. A Fenadoce é organizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Pelotas e constitui um importante roteiro turístico da cidade. Somente na edição do ano passado, a feira recebeu 314 mil visitantes, com pessoas vindo de 904 excursões, inclusive de outros estados e de países vizinhos, como Argentina e Uruguai. Na ocasião, foram vendidos 1,8 milhão de doces.
A Fenadoce é patrimônio estadual e contribuiu para que Pelotas recebesse, em 2018, o título de Patrimônio Material e Imaterial do Brasil. Na feira, o visitante encontra desde doces tradicionais, como bem-casado, olho de sogra, queijadinha e quindim, até doces mais rebuscados como pastel de Santa Clara, trouxas de amêndoas e camafeu. Por conta da atual situação do Rio Grande do Sul, a Fenadoce 2024 foi adiada, ainda sem nova data agendada.
Museu do Doce – Além da feira, a cidade também possui como atração turística o Museu do Doce, administrado pela Universidade Federal de Pelotas. O objetivo do museu é “salvaguardar os suportes de memória da tradição doceira de Pelotas e da região e, como compromisso, produzir conhecimento sobre esse patrimônio.”
O museu é sediado em um casarão histórico datado de 1878. Ele está localizado na Praça Coronel Pedro Osório, número 8, e é aberto para visitação entre 09h e 18h, de segunda a sábado, e das 10h às 15h, aos domingos.
Para quem visita Pelotas, há mais para conhecer, como os roteiros Laranjal – Balneários/Colônia de Pescadores Z3, Arroio Pelotas, Canal São Gonçalo e Rota das Charqueadas.
Apoio do MTur ao RS – Para diminuir os impactos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul e ajudar na reconstrução da economia e da vida das pessoas, o Ministério do Turismo adotou diversas ações, como:
• Liberação de R$ 200 milhões do Fundo Geral de Turismo (Novo Fungetur), voltados à concessão de financiamentos com condições especiais a atividades turísticas prejudicadas. Do total, R$ 100 milhões já foram repassados, e o valor restante será aportado conforme o avanço das contratações.
• Campanha “Não Cancele, Reagende!”, onde o MTur sugere a reprogramação de visitas ao estado para outras datas em vez do cancelamento da viagem.
• Liberação de todos os pagamentos e emendas parlamentares referentes à infraestrutura turística no Rio Grande do Sul. Os recursos contemplam 18 municípios e são provenientes do orçamento próprio do órgão e, também, de emendas parlamentares apresentadas à pasta.
• Ampliação de conectividade aérea. Parceria com o Ministério de Portos e Aeroportos permitiu a utilização da Base Aérea da cidade gaúcha de Canoas e de outros aeroportos locais, como os de Caxias do Sul, de Santo Ângelo e de Passo Fundo, para pousos e decolagens.
• Organização para a promoção do Rio Grande do Sul em grandes eventos internacionais sobre turismo.
• Sediar, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, um ponto de coleta de doações destinadas ao estado.
“Vamos fazer do turismo a atividade econômica que vai puxar as demais atividades para a reconstrução do Rio Grande do Sul. Os nossos esforços incluem agir para que empreendedores turísticos mantenham os seus negócios e, quando possível, possam ter no turismo uma importante ferramenta de retomada econômica”, assegura o ministro do Turismo, Celso Sabino.
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Crédito da foto: Pixabay