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Planos para viver fora do Brasil em 2025? Iniciar processo para morar nos EUA custa o mesmo de uma viagem para a Disney

Liz Dell´Ome, fundadora da DellOme Law Firm
Divulgação

Começar um processo de imigração para os EUA com uma família de quatro integrantes pode custar o mesmo que uma viagem de uma semana para a Disney, em Orlando (Flórida), com o mesmo número de pessoas. O orçamento de US$ 15 mil a US$ 20 mil dedicado às férias é a mesma cifra do investimento para “morar nas férias”, segundo levantamento da Dell´Ome Law Firm, escritório de advocacia sediado em Nova York especialista em imigração. Os custos aproximados envolvem documentação, tradução, taxas de imigração e honorários advocatícios. 

Enquanto espera que o Consulado Americano no Brasil avalie o processo e autorize a imigração com algum dos vistos que permitem a obtenção de residência permanente nos Estados Unidos (green card), é bom que se tenha uma boa reserva financeira. Os custos para um primeiro ano morando no país durante a organização da família com escola, moradia, alimentação e compras, são, de no mínimo, US$ 100 mil em regiões tidas como as mais baratas para se morar, como cidades da Flórida por exemplo. Se o desejo de viver nos EUA inclui morar em cidades como Nova York, Miami, Los Angeles, Sacramento ou San Diego, famosas pela vida efervescente que oferecem, o valor deve ser duplicado.

Para que o plano dê certo ainda em 2025, tão importante quanto a reserva financeira, e o entendimento do custo inicial equivalente a uma semana de férias em Orlando, vale reforçar que existe uma cartilha que já mostra quais erros devem ser evitados para que o processo seja concluído com sucesso e a família conquiste o sonho americano.

A Dell´Ome Law Firm lista abaixo os cinco erros mais comuns praticados por imigrantes durante o processo dos vistos que geram green card e depois o reconhecimento da cidadania americana. “Embora pareçam dicas óbvias, é comum vermos brasileiros insistindo em um ou dois itens dessa lista logo que se mudam”, observa a advogada Liz Dell’Ome, fundadora da Dell’Ome Law Firm.

Cartilha de erros mais comuns praticados por brasileiros no primeiro ano de imigração para os EUA:

  1. Receber em Real, gastar em Dólar

É comum que a família de imigrantes mantenha uma operação de trabalho no Brasil, enquanto estabiliza a vida nos Estados Unidos, e faça a operação de envio de dinheiro a um banco americano. No entanto, com a desvalorização da moeda brasileira, o custo de vida lá fora fica ainda mais caro. É parte da cultura americana o incentivo ao consumo, o que pode levara família à falência.

“Dificilmente, uma família que vive com Real e gasta em Dólar consegue se manter sustentável no primeiro ano morando nos Estados Unidos. O ideal é que consiga uma vaga de trabalho local rapidamente e dolarize as receitas”, afirma a especialista.

  1. Não aprimorar o inglês

O idioma não é essencial para o processo de visto, nem influencia nas chances de conseguir o documento para morar no país, mas saber inglês é importante para se candidatar a vagas de trabalho, conhecer novas pessoas, ajudar na adaptação dos filhos na escola, mergulhar na história do país e na cultura como forma de se viver em comunidade, conseguindo de fato inserção na vida americana de forma plena.

  1. Não validar diploma acadêmico profissional

A validação do diploma nos EUA é a ferramenta que o imigrante tem para exercer sua formação no exterior. Essa etapa também evita passar por desafios desnecessários, como tentar construir uma carreira em um novo país sem o respaldo formal do diploma. É a validação do diploma que vai garantir para o empregador que a formação do profissional é, de fato, reconhecida nos Estados Unidos, e isso aumenta a chance de sucesso no mercado de trabalho. Para validar um diploma nos EUA, é importante verificar se a instituição de ensino onde o diploma foi obtido no Brasil é reconhecida por uma agência de acreditação regional. 

  1. Contratar profissionais sem licença nos EUA para conduzir com suporte dentro da lei um processo imigratório

É fundamental que os imigrantes busquem a assistência de escritórios de advocacia de imigração licenciados e regulamentados. A escolha de um representante qualificado não apenas aumenta as chances de um resultado positivo, mas também protege o cliente de riscos legais significativos.

É comum que durante o processo, a família acabe sendo contatada por consultorias que oferecem serviços similares aos de escritórios de advocacia licenciados, como preenchimento de formulários, aconselhamento sobre processos de visto e até mesmo representação legal sem as devidas licenças profissionais. Liz Dell´Ome explica que essas consultorias não estão sujeitas aos mesmos padrões éticos e regulatórios que os escritórios de advocacia. A ausência de regulação pode levar a práticas arriscadas, erros críticos e, em alguns casos, fraudes.

 “Ao contrário do que muitos dizem, grande parte das consultorias imigratórias cobram até mais caro do que escritórios de advocacia para assessorar na montagem de processos. Consultorias de imigração frequentemente cobram preços acima da média de mercado, muitas vezes justificando os altos valores com falsas promessas de garantias de sucesso. Essas promessas criam uma falsa sensação de segurança para os clientes, induzindo-os a acreditar que o resultado favorável é garantido, o que é algo que nenhuma representação legal pode assegurar, uma vez que a prática do Direito de Imigração é uma atividade meio, cuja decisão está subordinada ao julgamento de um oficial de uma agência federal do governo americano, e não uma atividade fim. Essa prática não só é enganosa, mas também coloca os clientes em risco de perda financeira e complicações legais graves”, afirma a especialista que é licenciada para atuar nos Estados Unidos em temas federais como imigração, por exemplo.

“Erros e equívocos processuais são relatados constantemente. Sem o treinamento adequado, muitas vezes pela falta de compreensão clara do inglês, os consultores têm cometido erros graves em formulários oficiais e na interpretação das leis, colocando em risco o status migratório do cliente. A total ausência de proteção legal é outro aspecto presente. Somente advogados licenciados podem oferecer proteção jurídica plena. Consultores sem licença não têm o direito de representar clientes em processos legais, deixando-os vulneráveis e sem amparo”, alerta Liz Dell’Ome.

  1. Insistir em morar em uma cidade com pouca oferta de trabalho na área profissional em que atua

Os estados de West Virginia, Louisiana, Indiana, Kentucky, Alasca, Montana, Oklahoma, Wyoming, Idaho foram classificados como os piores locais para se encontrar empregos nos Estados Unidos em 2024. O ranking foi elaborado pela WalletHub, uma empresa americana de ferramentas para gestão de finanças pessoais.

Para elaborar essa lista, o WalletHub comparou os mercados de trabalho e o ambiente econômico em todos os 50 estados americanos, e chegou à conclusão de que estes estados estão na lista dos piores por serem localidades rurais, com renda muito baixa, e oferta de empregos sazonais, resultando na falta de oportunidades de trabalho em tempo integral para profissionais mais qualificados.

Já New Hampshire se destacou como o melhor mercado de trabalho do país, com uma taxa de desemprego de apenas 2%, em comparação com 4,1% na média nacional. O estado também apresenta uma abundância de oportunidades, sólido crescimento no emprego e alto nível de segurança no trabalho.

Vermont ocupa a segunda posição, com uma taxa de desemprego igualmente baixa, a maior taxa de crescimento anual de empregos nos EUA e o segundo maior número de oportunidades de emprego per capita. Apenas 0,5% da força de trabalho do estado está desempregada há 15 semanas ou mais, a terceira menor porcentagem do país.

Minnesota, com uma próspera indústria de saúde, ficou em terceiro lugar. Seus trabalhadores têm bom acesso a benefícios de saúde e aposentadoria.