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“PRETAgonistas: trajetórias mulheristas no samba” resgata protagonismo feminino no samba mineiro

Exposição no Museu Mineiro, com curadoria da Profa. Dra. Verona Segantini e alunos da museologia da UFMG, celebra mulheres negras como guardiãs da tradição do samba em BH

Foto: Eduardo Queiroga

O Museu Mineiro, integrante do Circuito Liberdade, recebe, a partir desta quinta-feira (12/6), a exposição “PRETAgonistas: trajetórias mulheristas no samba”, uma iniciativa que coloca em evidência o papel fundamental das mulheres na construção e preservação do samba mineiro. Com curadoria da Profa. Dra. Verona Segantini e dos alunos da 13ª turma do curso de Museologia da UFMG, a mostra será inaugurada às 18h, integrando a programação da 11ª Noite Mineira de Museus e Bibliotecas. A entrada é gratuita, e a visitação segue até 20 de julho.

Samba mineiro sob o olhar das mulheres

O samba, reconhecido como patrimônio imaterial de Belo Horizonte em 2024, é um espaço de resistência e ancestralidade, mas sua narrativa em Minas Gerais tem sido predominantemente masculina. A exposição “PRETAgonistas” surge para corrigir essa lacuna, destacando as vozes e trajetórias de cantoras, compositoras, sambadeiras, pesquisadoras e produtoras que mantêm viva essa tradição.

Por meio de registros audiovisuais, depoimentos, objetos afetivos e documentos históricos, a mostra revela como essas mulheres sustentaram – muitas vezes nos bastidores – a cultura do samba, seja nas rodas de terreiro, nas escolas de samba ou nos quintais. Entre as homenageadas estão nomes como Dona Eliza, Margô Barroso, Sandra Veneno, Mãe Belinha, Cida Reis e Ekedji Alessandra Gomes, cujas histórias ilustram a força matriarcal do samba como instrumento de cura, resistência e identidade negra.

Um processo curatorial afetivo e colaborativo

A concepção da exposição partiu de um processo imersivo dos estudantes de Museologia, que mergulharam na cultura do samba por meio de rodas de terreiro, visitas a comunidades tradicionais e diálogos com a Velha Guarda do Samba de BH. A turma também contou com a colaboração de consultoras e co-curadoras como Magna Oliveira, Camila Costa e Kely de Oliveira, referências nas lutas feministas e antirracistas.

A produção audiovisual, realizada em parceria com o NAVI (Núcleo de Audiovisual da UFMG), captura a essência dessas trajetórias, enquanto a cenografia convida o público a adentrar o universo afetivo do samba mineiro.

Programação especial na abertura

A noite de inauguração (12/06) terá apresentações da Velha Guarda do Samba de BH, contação de histórias com Magna Oliveira e uma roda de samba com o grupo Yiaminas, liderado pela Ekedji Kely de Oliveira. A programação reforça o caráter celebrativo da exposição, que não apenas homenageia o passado, mas também fortalece o samba como expressão viva e coletiva.

Serviço:
Abertura da exposição “Pretagonistas: trajetórias mulheristas no samba”
Data e horário: 12/6, às 18h
Visitação: 12/6 a 20/7/25, de 3ª a 6ª, das 12h às 19h; sáb., dom., e feriados das 11h às 17h
Local: Museu Mineiro (Av. João Pinheiro, 342 – Circuito Liberdade Belo Horizonte)