Grupo denuncia suspeitas de irregularidade e pede que pleito tenha isenção; atual presidente do sindicato nega acusações
O Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG) está em processo de eleição para definir o próximo presidente da entidade. O pleito termina no dia 26 de agosto, mas a disputa está sob acusações de falta de transparência. Até então, duas chapas concorriam ao cargo: uma apoiada pelo atual presidente do sindicato, Renato Ferreira Machado Michel, e outra que tem como cabeça de chapa Rafael Lafetá, diretor da empresa MRV.
A chapa de Lafetá denuncia uma possível quebra de regras do regimento eleitoral da entidade, como falta de informações sobre documentos de chapas e impedimento de registro de candidatos. Em entrevista à Itatiaia, Lafetá responsabiliza a atual gestão do Sinduscon pelos problemas apontados por ele no pleito.
‘A eleição é conduzida pelo sindicato e o atual presidente é candidato à reeleição. A gente precisa de mais cuidado e transparência na condução desse processo. Nós viemos aqui na quinta para entregar a chapa no último dia permitido e saímos daqui um pouco frustrados com relação à transparência, visto que a gente não sabia até hoje se teria outra chapa ou não. Essa é uma informação que tem que ser dada no momento do encerramento da apresentação das chapas. Isso não foi feito, então a gente está muito receoso do processo’.
Segundo Lafetá, a outra chapa só foi apresentada hoje, mas o grupo dele teria tido problemas para acessar informações: ‘no início da reunião queriam nos cercear o direito de conferir a documentação, saber se as chapas estavam corretas, com a alegação de que quem conduz o processo de eleição é o sindicato. Tudo bem que o sindicato está conduzindo, mas de forma alguma o atual presidente pode conduzir ou estar à frente da condição. Nos traz muita indignação’.
O diretor da MRV explica que a candidatura única chegou a ser uma espécie de ‘tradição’ no sindicato, mas que insatistações de alguns associados levaram a formação de uma segunda chapa concorrente. Por fim, ele explica como essa eleição pode afetar a construção civil e outros setores.
‘O setor todo da construção civil movimenta outros tantos outros setores, né? É o setor que está ligado a infraestrutura, a habitação das pessoas, a moradia, a organização dos centros urbanos. É um sindicato que tem uma força econômica muito grande nas cidades e no Brasil. Então é um sindicato que realmente é representativo e tem muito a fazer pela sociedade e pelos seus associados’.
Procurado pela reportagem, o presidente do Sinduscon, Renato Ferreira Machado Michel, não quis gravar entrevista. Mas por telefone chamou as acusações de ‘factoides’ e afirmou que não há nada errado no processo eleitoral.