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Saga do bandeirante Fernão Dias é contada em ópera

Espetáculo sobre a origem do Estado mineiro estreia no dia 14 de julho, com entrada franca, no Centro Cultural Unimed-BH Minas

A expedição do bandeirante Fernão Dias à procura de esmeraldas em Minas, no final do século 17, terminou sem a descoberta de sequer uma pedra do cobiçado mineral. No entanto, deixou um legado histórico e econômico para o país, com a formação de povoados que deram origem à Capitania de Minas Gerais, há mais de 300 anos. A saga do bandeirante inspirou Alexandre Pinheiro Neto a compor a ópera “Sobre as Montanhas – A Bandeira das Esmeraldas e a Origem de Minas Gerais”, cujo lançamento será dia 14 de julho, a partir das 20 horas, no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2244, bairro de Lourdes). A entrada é franca.

  “Com o espetáculo, pretendemos fazer uma homenagem justa, monumental e épica ao povo mineiro, ao Estado de Minas Gerais”, avisa Alexandre Pinheiro Neto. O teatro musicado será lançado em filme exibido na tela do Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas. “Será como assistir a ópera no cinema, com muita emoção”, diz o compositor.

Engenheiro, jornalista, escritor e músico, Alexandre conta que as músicas foram compostas ao logo de 30 anos. No fim dos anos 1980, a leitura de uma reportagem sobre a beleza e encantamento das esmeraldas, que abordava também a expedição do bandeirante Fernão Dias, o despertou para estudo mais profundo da história de Minas.

“Passei a fazer uma pesquisa bibliográfica intensa, inclusive com visitas aos lugares onde passaram os bandeirantes. Eles permaneceram por cerca de quatro anos na região do Sumidouro, próxima a Belo Horizonte”, conta. À medida que ia pesquisando, surgiam inspirações para compor músicas temáticas sobre a bandeira das esmeraldas. “Recentemente percebi que tinha em mãos material para complementar, formatar, finalizar como uma obra musical. Assim, nasceu “Sobre as Montanhas – A Bandeira das Esmeraldas e a Origem de Minas Gerais”, diz o compositor.

Em 2020, o projeto fora apresentado, então, ao maestro Marcelo Minal, que se encarregou da orquestração, dos arranjos vocais e da direção musical. Cantores e solistas, ao conhecerem a ideia, também se entusiasmaram e juntaram-se ao compositor e maestro para compor todo o elenco da ópera. São quatro solistas interpretando dez personagens e um coro composto por 22 vozes.

          “Trata-se de uma ópera romântica, em estilo popular, composta de 28 canções temáticas, épicas, com duração de cerca 2 horas. A letra faz referência à pesquisa bibliográfica, é com fatos e hipóteses históricas, e uma abordagem para os relacionamentos humanos com liberdades poéticas, apresentando também o cenário local”, descreve Alexandre.

     A ideia inicial era produzir um espetáculo para os palcos, mas os custos elevados da produção, que é independente –  não houve patrocínio, nem apoio institucional _ o levaram a desistir da ideia. A pandemia causada pela covid-19 também pesou. “Criamos o sonho de executar esta obra com o público, ao vivo, no teatro, mas ficou impossível. Partimos, então, para uma proposta de produção de um vídeo”, conta.

      Cada um dos quatro solistas fez gravações separadamente no estúdio. Os 22 integrantes do coral participaram dos ensaios e gravações virtuais. A mixagem foi realizada no estúdio. “A única gravação presencial em grupo, quando houve flexibilização nos protocolos sanitários, aconteceu no Mirante das Mangabeiras, no fim do ano passado”, conta o compositor sobre os desafios impostos pela crise sanitária para a produção.

        Alexandre espera que o lançamento da ópera em vídeo atraia a atenção de patrocinadores para a produção de um espetáculo para os palcos. Ele tem expectativa também que museus e escolas, assim como espaços de entretenimento, se interessem em exibir a ópera em vídeo, uma vez que é um espetáculo cultural e didático inédito que aborda uma fase importante da história brasileira.

Onde retirar ingressos

Os ingressos devem ser retirados no site Eventin a partir do dia 12 de julho. Serão quatro entradas por CPF, no máximo.