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Turismo é prioridade no Estado do Pará

A Igreja de Santo Alexandre e antigo Colégio dos Jesuítas, sua primitiva elevação, uma pequena ermida, coincide com a fundação de Belém. Foi erguida em 1616, pela Companhia Missionária Jesuítica, que ali se instalou ao lado do Colégio, fundado no mesmo ano. Essa primeira capela ao lado do Forte do Castelo, de taipa e com um único altar, deu lugar, em 1668, a outra mais consistente, dedicada a São Francisco Xavier e construída por Cristóvão Domingos, que segundo a “chronica”, de 1669, do padre João Felipe Bettendorff, ”fez a igreja tão torta que para endireitá-la, foi necessário picá-la pelo meio para a banda dos altares colaterais…”.

Espetacular vista do Mercado Ver-o-Peso
(FOTO DIVULGAÇÃO/ABRAJET-PA)

Os jesuítas procuraram na floresta amazônica inspiração para a igreja, onde pássaros e frutos da região substituem as folhas de acanto, cachos de uva, aves e querubins do paraíso, característicos do barroco. Com nave única, e oito capelas laterais em volta do altar-mor, evidenciando duas fases do barroco – a áurea e a decadente. Apresenta, também, notáveis trabalhos de talha nos púlpitos e altar-mor, destacando-se os coroamentos extremamente movimentados com numerosos anjos, de autoria do irmão jesuíta João Xavier Traer, além de valioso acervo de imaginárias.

Na virada do século começou a construção da atual igreja de Santo Alexandre, pelo regente do Colégio dos Jesuítas, Manuel de Brito, sendo sagrada em 1719. A decoração, porém, só foi concluída em 1731. Com a expulsão dos jesuítas em 1760, o prédio passou a ser sede do bispado, “a parte baixa do edifício ficou reservada para o seminário Episcopal, ficando os demais compartimentos desnecessários ao Bispo, para depósito de armamentos e munições de guerra”. De 1786 a 1798, a igreja passou para a Irmandade do Senhor Santo Cristo do Forte, sendo então entregue à Irmandade da Santa Casa*. O forro original, pintado, desapareceu em uma das reformas.

Foto do belo Teatro da Paz
(FOTO DIVULGAÇÃO/ABRAJET-PA)

Em 1963 foi encontrado, depois de estar por dez anos desaparecido, o lampadário, que segundo consta é um dos dois existentes no Estado. Esta peça data do século XVIII, em prata portuguesa, batida a martelo, e onde se exibe o brasão dos carmelitas. Portanto, o Colégio e a Igreja formam um importante testemunho do trabalho dos jesuítas no estado do Pará, sendo estas, talvez, uma das poucas obras da época, que não passaram pelas mãos do arquiteto José Landi.