Comportamentos inadequados de turistas no exterior têm gerado situações embaraçosas e prejudicado a imagem do país, mostrando a importância da conscientização e educação para evitar danos culturais e sociais.
À medida que as viagens internacionais se tornam cada vez mais acessíveis, o comportamento inadequado de turistas brasileiros em destinos globais começa a atrair atenção. Embora o turismo seja uma ferramenta poderosa de conexão cultural e econômica, episódios recentes demonstram como a falta de orientação pode rapidamente transformar o visitante em uma figura malvista.
O empresário e guia de turismo Pedro Braun (@pedrobraunguia no Instagram) observa que muitos brasileiros, ao viajar para destinos como a Disney ou grandes cidades europeias, não estão cientes das normas e tradições locais, o que frequentemente leva a situações embaraçosas. “Muitos acreditam que a experiência é semelhante à que têm em casa, mas cada país tem suas regras, que precisam ser respeitadas”, comenta Braun.
Um exemplo recente é o caso da brasileira que, ao visitar a Disney em Paris, causou um grande mal-entendido ao utilizar carrinhos de bebê de outros visitantes, acreditando que fossem cortesia do parque. O assunto viralizou nas redes sociais e dividiu opiniões. “Faltou informação e atenção ao que estava acontecendo ao redor. Esses detalhes fazem a diferença entre ser visto como um turista educado ou um invasor”, aponta.
Outro episódio aconteceu em Barcelona, onde manifestantes, revoltados com o turismo de massa, chegaram a usar pistolas d’água para “expulsar” turistas de bairros não turísticos. Placas com mensagens como “Turistas, voltem para casa” ilustram o incômodo crescente desses barcelonenses. O impacto dessa pressão não só atinge diretamente os turistas em si, mas também afeta como os locais percebem viajantes de determinadas nacionalidades, incluindo os brasileiros.
No Japão, um destino conhecido por sua rigidez cultural, turistas foram vistos subindo em telhados de templos, mergulhando em fontes sagradas e, em bares, utilizando pratos como cinzeiros. Essas atitudes, que não foram tomadas por brasileiros, levaram a proibições claras de entrada de estrangeiros de todo o planeta em alguns locais, demonstrando a intolerância crescente com o desrespeito às normas locais.
Esses exemplos mostram como a falta de preparo e respeito às culturas locais pode não apenas manchar a reputação do turista, mas também prejudicar a imagem de todo um país. Braun defende que a educação do viajante deve começar antes do embarque, com orientações claras sobre as normas culturais e práticas adequadas em cada destino. “Não se trata apenas de seguir regras, mas de entender que, ao viajar, você é um embaixador do seu país. O comportamento de um turista individual pode influenciar a percepção que os outros têm de toda uma nação”, conclui.
Além de respeitar as tradições, é fundamental que o viajante esteja bem orientado. Parte do trabalho de uma boa agência de turismo é justamente oferecer essas informações, preparando os turistas para as particularidades culturais de cada destino. No entanto, a responsabilidade pessoal também é crucial: é preciso pesquisar, questionar e compreender as normas locais antes de tomar qualquer atitude que possa causar desconforto. A diversidade cultural é o que torna o mundo tão rico e encantador, e respeitar essas diferenças é essencial para uma convivência harmoniosa e pacífica.
Seja em um parque temático, um bairro residencial ou um templo sagrado, o respeito às tradições e normas locais é essencial para garantir que a experiência do turismo seja positiva para ambas as partes. Afinal, viajar é muito mais do que conhecer novos lugares; é aprender a viver e respeitar novas culturas.
Quem é Pedro Braun?
Pedro Braun é guia de turismo desde 1998, registrado no Cadastur do Ministério do Turismo em todas as categorias existentes: guia regional, de excursão nacional/América do Sul e de excursão internacional.
Possui também importantes certificações internacionais. É guia certificado pela Disney e um dos poucos brasileiros também certificado pela cidade de Nova Iorque, além do ITMI, International Tour Management Institute, com sede em San Francisco, EUA. Já acompanhou mais de 130 grupos internacionais em mais de 50 países em 5 continentes.
É sócio e diretor operacional da agência Braun Turismo, que tem sede em Santos/SP, mas atende clientes de todo o Brasil e já trabalhou no Walt Disney World em Orlando, EUA.
É formado em direito pela Universidade Católica de Santos e pós-graduado em Direito das Relações de Consumo pela PUC-SP.