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Viajantes do Brasil: Mochila nas costas e pé na estrada. Descubra as experiências e aventuras de um professor apaixonado por viajar   

Mochileiro e amante de ecoturismo, Daniel costuma fazer viagens longas e sempre se hospeda em hostel para fazer novos amigos e economizar em cada parada. Confira agora mais experiências de descobertas turísticas pelo Brasil nessa nova série do MTur ‍

Cair na estrada e conhecer roteiros incríveis pelo Brasil. A cada nova parada uma descoberta e a consciência que de norte a sul existem riquezas para serem vividas e celebradas. Essa é a nova série do Ministério do Turismo, que traz relatos reais de turistas comuns e suas aventuras pelo país.

Os “Viajantes do Brasil” vão nos mostrar vários estilos de turistas e como, cada um ao seu modo, vem descobrindo a diversidade dos atrativos turísticos nacionais.

O nosso viajante de hoje é o professor universitário Daniel Azevedo, de 35 anos. Mochileiro e amante de ecoturismo, Daniel costuma fazer viagens longas e sempre se hospeda em hostel para ampliar suas relações sociais, fazer novos amigos e economizar em cada parada. Ele acredita que o turismo é um forte aliado da preservação ambiental e aposta na sustentabilidade para o futuro do setor. Seus destinos preferidos são aqueles que o conectam com o meio ambiente de forma singular.

Vem com a gente e vamos conhecer esse Viajante do Brasil.

Para começar, conta para gente que tipo de turista você se considera?

Eu diria que sou a mistura de mochileiro com uma visão mais ecoturista. Então, eu vou sempre na busca dessa visão de compartilhamento, de me hospedar em hostel, com uma pegada mais barata, ao mesmo tempo que gosto dessa vibe mais “roots”, de ficar isolado no meio do mato. E nessa perspectiva eu já tive algumas viagens legais no Brasil que refletem isso.

Que tipo de experiências você busca quando você vai viajar?

Como eu viajo em um contexto mais isolado, mais mochileiro, eu busco conhecer pessoas novas, compartilhar experiências, conversar sobre mundos diferentes e estar em um lugar que tem uma beleza única conectada à natureza. Seja em um pequeno riacho ou com uma vista exuberante, mas não simplesmente pela vista em si. Acho que o que faz aquilo ter a beleza é também o cuidado que se tem com aquele lugar. É o contato das pessoas que cuidam daquilo, preservam aquele lugar para manter preservado. E isso é fundamental como um turismo que não vem para degradar.

Então, você busca também essa conexão com lugares que tenham essa preservação ambiental?

Com certeza, não tem sentido você ir para um lugar, desejar viver aquela experiência e não cuidar daquilo para que outras pessoas possam viver também, de uma forma sustentável e consciente. Em certos lugares, por exemplo, tem que se ter cuidado, porque tem ocorrido um evento chamado de “overturismo”. No Brasil, já se tem estudos sobre isso, que são destinos que estão saturados por não comportar, especialmente em feriados prolongados, por exemplo, a quantidade de pessoas que estão indo para aquele lugar. Para isso, é preciso de uma gestão que saiba equilibrar o turismo com a preservação ambiental. Isso é fundamental.

Você pode citar algum projeto que você presenciou e viu os resultados ligados à preservação ambiental com o turismo?

Acho que um caso legal que me marcou foi passar o ano novo na nascente do Rio São Francisco, na Serra da Canastra, em Minas Gerais. Era uma viagem relativamente curta, mas foi muito especial pois era visível que aquele lugar teve um projeto importantíssimo para a preservação da nascente do rio. Então você visita, mas com toda uma proteção, porque ali simplesmente nasce uma das maiores bacias hidrográficas do Brasil. E antes desse projeto aquela região estava abandonada, degradada e fizeram toda uma restauração e agora você pode continuar visitando, você pode ir lá, mas com todo um cuidado de preservação ambiental da área. É muito lindo e interessante.

Conta para mim alguma experiência sua de viagem aqui pelo Brasil que marcou assim com essa pegada de ecoturismo?

Olha, acho que uma das coisas que mais me marcaram foi a viagem para o Monte Roraima que fica ali na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana. É um lugar, não sei se você já viu um filme chamado “Up – Altas Aventuras”, de um velhinho que bota balões na casa e vai viajando. Eu gosto muito daquele filme. Botei na internet e vi que o Paraíso das Cachoeiras, que é do filme, existia. E eu vi que era no Brasil. Eu falava, preciso ir ver o Paraíso das Cachoeiras e quando eu fui foi sensacional. Foi uma experiência muito forte. São cinco dias de caminhada, três para ir, dois para voltar, acampando. Perdi duas unhas (risos), porque a gente atravessa rio, sobe rio, anda oito horas por dia com o mochilão nas costas, mas foi talvez umas paisagens naturais mais marcantes que eu já vi na minha vida. E além de tudo tem a dinâmica social ali da fronteira brasileira que é bem legal. Então, para mim foi uma experiência muito marcante que você tem a relação com a paisagem, a relação social ali que é bem interessante, são os próprios indígenas que ajudam a gente a levar as coisas para cozinhar, então tem uma troca muito legal.

E como é que você se planeja para as viagens que você faz aqui pelo Brasil?

Então, em geral, eu acho que minhas viagens são até vistas como meio doidas, porque eu gosto muito de viajar sozinho, durante períodos longos, então eu gosto de ficar em hostel. Estar em hostel é parte da viagem, porque ali você conhece gente do Brasil inteiro, a gente acaba criando conexões e conhecendo pessoas que depois pode até marcar uma nova viagem e conhecer outros locais, outras realidades.

Tem gente que acha doideira porque eu já fiquei em quarto com oito pessoas, com 16 pessoas e tem seus problemas, obviamente, mas tem seus benefícios, então numa balança de benefícios e problemas, os benefícios superam muito mais para mim.

E para fechar, o que não pode faltar na sua viagem, Daniel?

Olha, se eu definisse uma coisa que não pudesse faltar, eu acho que eu botaria a própria ideia de espontaneidade. Então assim, não planejar muito. Eu não planejo muito. Tem um local que eu quero ir, mas o que eu vou fazer à noite, o que eu vou fazer de manhã, eu não coloco um caderninho, um roteiro definido sobre cada hora do meu dia e para onde eu quero ir. Então, eu deixo livre. Quanto mais espontâneo for a viagem nesse sentido ecoturista e mochileiro, melhor.

E assim, chegamos ao fim dessa série de histórias e experiências dos nossos Viajantes do Brasil. Fica de olho aqui, e em nossas redes sociais, que em breve tem mais!

CONHEÇA O BRASIL: VOANDO – Lançado pelo Ministério do Turismo e o Ministério de Portos e Aeroportos, em parceria com a ABEAR e as empresas aéreas, o programa tem o objetivo de impulsionar o setor de viagens no país por meio de ações e medidas que serão desenvolvidas pelos envolvidos.

A iniciativa une esforços do governo federal e da iniciativa privada para que mais brasileiros voem e conheçam o Brasil, com a adoção de benefícios como o Stopover. A modalidade, já oferecida pela Gol e a Latam em Brasília (DF) e São Paulo (SP), permite que, com apenas uma passagem aérea, clientes conheçam uma localidade intermediária antes de seguir viagem ao destino final.

Acesse AQUI a matéria também no portal do Ministério do Turismo.

Crédito da foto: Pixabay