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Vida Sexual de pessoas 50+ ainda é repleta de tabus e desinformação

Especialistas explicam os motivos de manter uma vida sexual saudável mesmo após a menopausa e a andropausa

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de 60+ no Brasil ultrapassa os 30 milhões.
Foto Gabriela Otati.

Recentemente, a atriz Claudia Raia, 57, em entrevista ao Poddelas, declarou possuir um total de 17 vibradores e explicou que o item tem sido usado para ajudar mulheres na menopausa. “Hoje em dia, o vibrador é prescrição médica para a mulher menopausada. Não é só porque vai gozar feliz. É porque fortalece o assoalho pélvico, é uma fisioterapia”, disse. Apesar de a atriz ter feito esse esclarecimento, ela é uma exceção. Um estudo publicado na revista Archives of Sexual Behavior aponta que 60% das pessoas com 50 anos ou mais relataram dificuldades sexuais, sendo a falta de desejo a queixa mais comum.

Nos últimos anos, a sexualidade, de modo geral, tem ganhado espaço nas discussões sobre saúde e bem-estar. Com o aumento da expectativa de vida e a mudança nas dinâmicas sociais, cada vez mais pessoas maduras buscam uma vida sexual ativa. No entanto, essa busca não vem sem desafios.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de 60+ no Brasil ultrapassa os 30 milhões, e uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais revela que cerca de 40% dos homens e 20% das mulheres acima dessa idade ainda são sexualmente ativos. Esses números indicam que a sexualidade é uma parte importante da vida, apesar de ser frequentemente cercada de tabus e preconceitos. Dos participantes da pesquisa, apenas 15% se sentem confortáveis para discutir o tema. Além disso, 40% dos entrevistados relataram sentir-se envergonhados ao falar sobre suas necessidades e desejos sexuais.

Para a embaixadora A Sós e sexóloga Sarita Milaneze, isso acontece porque a nossa sociedade cresceu com a cultura de que o sexo para a mulher é apenas reprodutivo. “As pessoas associam o sexo com a vida reprodutiva da mulher, que vai da menarca até a menopausa. Mas hoje sabemos que o prazer sexual da mulher vai muito além da reprodução, que existe sexo para prazer sem ter o fim reprodutivo”, explica a especialista.

Entre as principais dificuldades enfrentadas por essa faixa etária estão questões físicas, como a diminuição da libido, disfunção erétil e a menopausa, que impactam a vida sexual feminina e masculina. Para as mulheres, é ainda mais complicado, pois fatores emocionais, como a solidão e a perda de parceiros, também influenciam negativamente a sexualidade na terceira idade.

Um estudo publicado na revista Archives of Sexual Behavior aponta que 60% das pessoas com 50 anos ou mais relataram dificuldades sexuais, sendo a falta de desejo a queixa mais comum. Essas questões muitas vezes são agravadas pela falta de comunicação e pela estigmatização do desejo sexual em idades avançadas.

“A libido da mulher é multifatorial e depende de diversos fatores. Um deles é o hormônio. A partir dos 50 anos, há a queda do estrogênio, da progesterona e da testosterona, que afeta o desejo sexual. Mas não é apenas isso: em média, 15% do nosso desejo é composto por hormônios; o restante depende de prazer, bem-estar, estar bem com seu corpo, seu relacionamento e do estresse”, acrescenta Sarita.

Para o homem, também ocorre a queda da testosterona depois de certa idade, o que interfere diretamente no desejo masculino, além de outros fatores que afetam a circulação sanguínea e a ereção, como colesterol e glicose elevados. Mas, segundo Sarita, a reposição hormonal já pode melhorar a falta de libido. “A tecnologia ajudou bastante. As medicações ajudaram os homens a ter ereção a longo prazo, o que antes se perdia a partir dos 60, 70 anos, o que resultou em uma qualidade de vida melhor.”

Apesar dos desafios, existem diversas soluções que podem ajudar a desenvolver uma vida sexual satisfatória. A terapia sexual e a educação sobre saúde sexual são fundamentais. Profissionais de saúde podem oferecer orientação sobre o uso de medicamentos e produtos facilitadores, como vibradores, lubrificantes — uma vez que mulheres pós-menopausa sofrem de secura vaginal — estimulantes, entre outros.

Programas de saúde integrados que abordem a sexualidade de forma holística são essenciais. Iniciativas que promovem grupos de apoio e discussões abertas sobre sexualidade ajudam a desmistificar o tema, incentivando as pessoas com mais de 50 anos a compartilhar suas experiências e dificuldades.

“Precisamos entender, acima de tudo, que o prazer muda, os corpos mudam e tudo passa por um processo. Não se cobrar uma performance dos 20 anos e começar a descobrir novos prazeres é essencial. Prazer em tomar banho juntos, beijo, abraço, carinho, assistir a um filme, não ter o foco apenas na penetração e pensar que pode ir muito mais além disso. Caprichar mais na preliminar, ter mais companheirismo, isso tudo vai fazer com que o desejo vá aumentando. Estimular o cérebro com contos, com fantasias, sentir prazer sozinho para conseguir ter mais desejo a dois, tudo isso facilita o estímulo geral”, complementa a sexóloga.

Além disso, a tecnologia tem desempenhado um papel crescente na vida sexual madura. Produtos inovadores, como os da linha Dermosex, da A Sós, auxiliam não somente na elasticidade e lubrificação da região pélvica feminina, como também restauram as camadas mais profundas da pele, rejuvenescendo a parte íntima da mulher e tirando as inseguranças com a região que surgem com a idade. Os “toys” também auxiliam na busca do prazer, seja sozinho ou acompanhado, como comenta a atriz Claudia Raia.

“Os sugadores revolucionaram o prazer feminino. O que antes era todo um processo para se ter prazer, hoje as ondas de pressão levam ao orgasmo em três minutos e isso acontece em todas as idades. Por isso temos atrizes famosas e celebridades levantando a bandeira da sexualidade após os 50. A atriz Ingrid Guimarães lançou seu próprio toy, que emite ondas de pressão e vibra. Claudia Raia declara que tem mais de 17 vibradores. Angélica também tem sua própria linha de brinquedos adultos. O sexo faz parte da saúde emocional e física de todas as pessoas, não importa a idade”, conclui Sarita.

A sexualidade 50+ é um tema que merece atenção e respeito. Com o aumento da longevidade e a mudança de percepções sociais, é essencial que haja uma abordagem mais aberta e informativa sobre o assunto. Superar os estigmas e proporcionar suporte adequado pode não apenas melhorar a saúde sexual, mas também enriquecer a qualidade de vida, promovendo a melhora da autoestima, o humor, a liberação de hormônios do bem-estar, a sensação de felicidade e ainda ajudar no sistema cardiovascular, respiratório e circulatório.

Sobre A Sós
A Sós abriu as portas em 2012 com a missão de promover saúde íntima para homens e mulheres. Com uma gama de produtos especialmente pensados para atender o biotipo da população brasileira, a A Sós parte do princípio de que manter uma vida sexual saudável é essencial para a saúde mental e corporal de todo ser humano. Por isso, o grupo oferece mais de 500 tipos de produtos, desde cosméticos, óleos essenciais, acessórios, vibradores e estimuladores. É a maior rede de negócios e distribuição de produtos para o bem-estar íntimo da América Latina. Uma empresa brasileira, com o coração em Minas Gerais (uai!) e os olhos no mundo.
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40% dos entrevistados com mais de 60 anos, relataram sentir-se envergonhados ao falar sobre suas necessidades e desejos sexuais.
Foto Gabriela Otati.
Dermocosméticos ajudam as mulheres na menopausa a recuperarem a autoestima e o retorno da lubrificação natural. Foto Gabriela Otati.
Os sugadores revolucionaram o prazer feminino de qualquer idade.
Foto: Gabriela Otati