A Borgonha (Bourgogne, em francês) foi até 2015 uma região administrativa da França e hoje é integrada à região Borgonha-Franco-Condado.
A Borgonha foi a terra dos celtas, da tribo dos gauleses, dos romanos e dos galo-romanos, além de povos germânicos como os burgúndios, os mais importantes, cujo nome originou-se o da Borgonha. Com uma população estimada em 1.700.000 habitantes, o território tem 31.582 km², pouco maior do que o estado de Alagoas, com 27.848 km².
A capital é a encantadora Dijon. A Borgonha é uma das regiões mais famosas do planeta e das três regiões mais importantes da França, por produzir vinhos de alta qualidade, consumidos mundialmente.
Beaune
Um dos lugares encantadores da Borgonha é a medieval Beaune. Lindíssima, essa pequena cidade de 23 mil habitantes está situada no departamento de Côte-d’Or, numa área de 31,31 km². Capital dos vinhos na Borgonha, título que conquistou por justiça, possui uma história peculiar e interessante. Está a 156 km de Lyon e a 47 km de Dijon. Hospedar na cidade é uma das melhores opções na região, tanto pela tranquilidade e beleza da cidade, quanto pela facilidade de conhecer a região, onde estão os grandes vinhedos e um dos melhores vinhos da França e do mundo.
Apesar de pequena, o centro histórico de Beaune é cercado por uma muralha, e quase toda rodeada por fosso e arrebatador verde, por pouco mais de dois quilômetros de diâmetro, construído no século XV e parte da cidade no século XVI. Aí está o centro histórico que é superpreservado e tombado pelo patrimônio francês.
Excepcionais
A cidade cresceu ao redor da muralha e possui belíssimas praças e parques, muito verde e posicionada no grande circuito de vinhedos e vinícolas de “tirar o chapéu”. Ao sul de Beaune está a conhecida Costa do Ouro, ou “Côte D’or”. Os vinhos, excepcionais lá produzidos são do estilo suave e fresco.
Os vilarejos principais, onde se estendem os mais importantes vinhedos, são Pommard, de 443 habitantes, Volnay, 227 habitantes, e Meursault, de 1.400 habitantes (conhecida como a “Capital do Vinho Branco” da França). São várias as vinícolas onde se pode degustar os excelentes e elegantíssimos sabores de vinhos de excepcional qualidade, com explicações e encanto do sabor.
Citamos, para ilustrar, os vinhos tintos Maison Louis Jadot Pommard, o Pommard 1Er Cru Les Charmots Parigot, o Pommard Premier Cru Les Rugiens ― Domaine Du Pavillon, o Volnay Les Broyuillards Parigot, o Moillard Volnay 1Er Cru Clos Des Chenes Grivot, da uva pinot noir; o Meursault Vieilles Vignes Buisson Battault e o Louis Latour Meursaut Blangny Premier Cru, da uva chardonnay.
Ao norte de Beaune, no aconchegante caminho para Dijon, está o circuito da Costa das Noites (“Côte de Nuits”), onde são produzidos os vinhos mais intensos e de múltipla complexidade, e são de altíssima qualidade.
Você poderá se encantar com os vilarejos de Nuits-Saint-George (5.309 habitantes), Vosne-Romanée (353 habitantes), Vougeot (179 hab.), Musigny (87 hab.), entre outros. Incrível!
Não se deve deixar de parar em cada lugar e apreciar as cidadezinhas, com casario antigo e com vários ambientes para degustação. Claro! Difícil parar em todos esses ambientes de paz e espírito elevados, tanto pelo sabor do vinho como pela sua discrição e história, a não ser que tenha tempo de sobra, mas vale a pena dar uma paradinha em cada vilarejo e, certamente, nas estradas, para respirar o ar de pura magia e fotografar a paisagem.
De tirar o fôlego
Muitos falam que você faz o centro histórico de Beaune em 1 dia. E faz mesmo! No entanto, é bom repetir pela manhã, pela tarde, pela noite, pelo menos duas vezes em dias diferentes. Você pode hospedar-se em excelentes hotéis novos e antigos, a pouco passos do entorno medieval, lado sul, há um moderno centro comercial, com lojas e preços bem acessíveis, e um supermercado gigante, ao lado de duas avenidas muito arborizadas e floridas com beleza ímpar na primavera. Época linda de ir lá, mas chove muito.
O importante é curtir a cidade e os arredores, com vilas encantadoras e vinhedos de tirar o fôlego. Uma característica dos vinhedos é que são vários os produtores que chegam a ter uma plantação de apenas 1 fileira. Não se pode produzir vinho a mais.
Cada ano tem uma quantidade X para ser produzida, tudo regrado e meticuloso e bem acertado. Não se pode nunca passar do limite, em uma participação harmônica, particular e pública.