“BH é nóis”

Eu estou muito feliz em presenciar esse movimento espontâneo e democrático da sociedade civil de Belo Horizonte que produziu em 2023 um carnaval lindo, alegre, pacífico e criativo.

Que orgulho da minha cidade, que delícia é invadir as ruas com música e dança. Me fez sentir mais “dona” de BH, de conhecer mais sua arquitetura, suas ruas, me deu uma sensação maior de pertencimento. Afinal, estávamos com saudade né? Após dois anos de pandemia e presenteados com dias lindos de sol, mais de 500 blocos desfilaram pela capital. Foi bonito ver cortejos para todos os gostos, todos os estilos, em praticamente todos os bairros.

Em 10 anos o carnaval de BH já cresceu impressionantes 900% e vem ganhando a cada ano mais musculatura, com grandes eventos e shows com nomes como de Ivete Sangalo e Alok.

A municipalidade fez bem em abraçar a folia e apoiá-la, não podia perder o trem, até porque esse movimento veio com muita força, é para ser, no turning back.

Aos críticos do apoio de 25 milhões da Prefeitura ao carnaval eu sinceramente acho que possuem uma visão muito limitada do que é a indústria do turismo, o que isso gera em impostos, serviços, cultura e publicidade. Países já saíram de recessão através do turismo, e, nosso setor de serviços, não podemos esquecer, foi muitíssimo afetado pelo lockdown imposto na capital. Aliais, BH foi a capital que mais dias ficou fechada por conta da pandemia.

Sonhando um pouco acordada, quem sabe não podemos competir nos próximos anos com carnaval com outras capitais? Imagina que maravilha pacotes de viagens sendo desenhados para o período da folia, a cidade cheia de turistas, eventos, com hotéis e restaurantes cheios, ambulantes, táxis, museus abertos e nós, mineiros, bem recebendo com toda nossa famosa hospitalidade e agora sangue no pé?

A própria população ganha muito com o crescimento da festa. Eu, por exemplo, ganhei muito, estou muito mais apaixonada e orgulhosa da minha mineiridade e desejosa que esse carnaval não pare de crescer.