Diplomacia e Turismo

Disparada das passagens

Bill Gates, o bilionário cofundador da Microsoft, previu no final de 2020 que mais de 50% das viagens de negócios desapareceriam depois do coronavírus. Após a fase mais crítica, o que se vê é um declínio de cerca de 15%, mas é o aumento nas tarifas que está colocando os benefícios das videochamadas em perspectiva.

Segundo o IBGE, o preço do bilhete aéreo disparou no último ano. De julho de 2021 a junho de 2022, as passagens aéreas ficaram 88% mais caras. Nesses últimos doze meses, a inflação acumulada nos bilhetes foi de 122,4%. A justificativa das empresas aéreas é o aumento dos custos e da procura de passageiros no pós-pandemia.

Em entrevista ao canal norte-americano CNBC, no dia 21.09.22, Willie Walsh, diretor-geral da IATA, fez o alerta, argumentando que a pandemia de COVID acentuou o declínio da capacidade de refino de petróleo e que os preços dos combustíveis aumentaram, acompanhando a alta da demanda. Walsh firmou ainda que “não é que as companhias aéreas estejam ganhando dinheiro, estão apenas repassando um custo que não podem absorver sozinhas”, concluiu. Ainda segundo Walsh, mas em entrevista para o “Estadão”, “as pessoas terão de se acostumar (com passagens mais caras).”

Outro fator que é motivo de preocupação é a nova escalada nos conflitos na Ucrânia, especialmente como recente anúncio de uma nova mobilização militar, que vai alimentar a inflação, colocando mais pressão na cadeia de suprimentos.

Como consequência, o setor corporativo está trocando as passagens executivas por econômicas e os passageiros as viagens de avião por trajetos de carro ou ônibus. Só no Terminal de Ônibus em Campinas (SP) houve um aumento de 79% no número de passageiros que passaram pelo local entre esse ano e o ano passado. E, segundo a concessionária Socicam, a alta ocorre pelo fato de as passagens de avião terem ficado mais caras. É, o jeito é se acostumar…

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