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Faltam Pilotos nos EUA

Crise na aviação americana traz oportunidades para brasileiros

Mais de 130 mil voos já foram cancelados nos Estados Unidos em 2022. O motivo? Faltam pilotos! Apesar do país concentrar o maior mercado de aviação do mundo, com 735 mil pilotos em atividade, a carência de profissionais nunca foi tão grande, e estima-se que o país precisará de pelo menos mais 150 mil novos pilotos nos próximos cinco anos para não entrar em colapso.  

O mercado americano de aviação cresceu quase 600% no primeiro semestre de 2022, em comparação ao mesmo período do ano anterior, resultado da diminuição das restrições da pandemia e avanço da vacinação pelo mundo. Esta recuperação, entretanto, agravou o problema da falta de pilotos. Com as pessoas voltando a viajar, após dois anos de demanda reprimida pela covid, as companhias aéreas americanas não estão conseguindo dar conta de tantos voos. Os pilotos estão sobrecarregados e muitas rotas domésticas chegaram a ser fechadas por falta de profissionais. 

O complicado momento da aviação nos Estados Unidos pode, no entanto, ser uma excelente oportunidade para pilotos estrangeiros que desejam morar e trabalhar no país. E o Brasil atualmente é um dos principais “exportadores” de pilotos para a América. 

“Muitos pilotos brasileiros têm sido beneficiados com o green card, documento que permite a residência permanente nos EUA.  Ciente da crise na aviação, o próprio governo estimula a chegada de profissionais estrangeiros na América, e não faltam ofertas de trabalho nas companhias aéreas de todos os portes” – declarou Marcelo Gondim, advogado de imigração na Califórnia, e que já assistiu centenas de vários pilotos brasileiros em seus processos de green card.  

“No entanto, para ser elegível ao green card, é preciso cumprir alguns requisitos básicos, como ter a formação de piloto, habilitação americana para pilotar aeronaves comerciais ou de carga e experiência como piloto em uma companhia aérea comercial por pelo menos 5 anos. Ter mais de 2 mil horas de experiência pilotando também ajuda bastante.” – alerta Gondim.   

Vários fatores ajudam a explicar a falta de pilotos nos Estados Unidos. Em 2016, a Administração Federal de Aviação (AAF) apontou que 38% dos pilotos estariam aposentados em até dez anos. Além disso, por mais que ofereça excelentes salários, que variam de 93 a 160 mil dólares anuais, as companhias aéreas americanas não conseguem competir com as grandes empresas rivais localizadas em regiões livres de impostos, como o Catar e os Emirados Árabes. Para completar, existe pouco interesse entre os jovens americanos em se tornar piloto, muito em função do altíssimo custo para obter formação técnica: 100 mil dólares para ter o curso completo e licença para voar (ATP Certificate).  

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Sobre o especialista: Marcelo Gondim    

Marcelo Gondim é advogado especializado em imigração para os EUA, com mais de 20 anos de experiência em processos de green card e vistos americanos. Ele é licenciado pelo Estado da Califórnia.  Marcelo nasceu no Brasil e também possui cidadania americana. Ele é o fundador e principal advogado da Gondim Law Corp, escritórios de advocacia imigratória situado em Los Angeles, Califórnia. 

Fontes: Bureau of Transportation Statistics, Bureau of Labor and Statistics, Federal Aviation Administration, Reuters, USCIS

Crédito da foto: Pixabay