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Número de matrículas para cursos à distância bate recorde em 2021

Ao contrário dos cursos presenciais, cujas matrículas caíram 8,9% em 2021 em relação ao primeiro semestre do ano passado em instituições de ensino superior privadas, o ensino a distância (EaD) aumentou em 9,8%. Pelo menos é o que mostra o Mapa do Ensino Superior 2021, produzido pelo Instituto Semesp.

Esse é um movimento que já vinha ocorrendo desde a última década. De acordo com o Censo de Educação Superior, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), de 2009 a 2019, o número de novos ingressantes no ensino superior a distância teve um crescimento de 378,9%. Em dez anos, essa modalidade de ensino foi de 330 mil para mais de um milhão e meio.

Apenas para efeito de comparação, os cursos presenciais aumentaram em uma escala bem menor: apenas 17,8% no mesmo período. 

O Semesp também aponta que, hoje, o EaD é o formato que mais recebe matrículas no Brasil. Mas o que explica essa mudança?

De forma geral, o perfil desses alunos está relacionado à parcela de pessoas que não pode ter aulas presenciais por possuir outros compromissos. É a população acima de 30 anos, que acaba optando pelo EaD, devido à flexibilidade, em meio a uma vida mais atarefada. 

No entanto, o boom ocorrido em 2021 é explicado, principalmente, pela pandemia de Covid-19. As medidas de isolamento social necessárias para controlar a doença estimularam esse modelo, mesmo para o ensino fundamental e médio e cursos livres. Inclusive, especialistas acreditam que essa experiência deve impulsionar o aumento de alunos de uma faixa etária mais jovem, de 18 a 24 anos.

Isso porque, mesmo com o retorno gradual à normalidade nas escolas e universidades, a expectativa é de que os cursos à distância se mantenham em alta. Uma outra pesquisa, encomendada pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), revelou que 55% dos 668 alunos ouvidos preferem que as aulas voltem de forma híbrida. Ou seja, parte delas presencial e a outra parte seguindo virtual.

E se engana quem acha que apenas instituições menos conhecidas estão vivendo esse boom. O estudo da Semesp indica que 90% das matrículas por ensino a distância são feitas em universidades de grande porte. E isso contempla desde cursos não tão tradicionais, como Teologia EaD, até os mais comuns, como Direito, o qual o Ministério da Educação (MEC) aprovou ser realizado nessa modalidade pela primeira vez em 2021, segundo o Inep.

Crédito da foto: Pixabay