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No Brasil, lembrança da  “Abertura dos Portos”

POR: EDUARDO AZEREDO
EX-GOVERNADOR DE MINAS GERAIS, EX-SENADOR DA REPÚBLICA, EX-PREFEITO DE BELO HORIZONTGE

Você se lembra de quando tivemos a última visita de Presidente de outros países em Minas Gerais? E do Presidente da República Federativa do Brasil?

As exportações brasileiras na Economia têm tradicionalmente uma importância de grande relevância.

Quando Dom João VI decretou a abertura dos portos o Brasil se livrou da dependência colonial em relação a Portugal que até então tinha a exclusividade de compra de nossa produção.

Antes, nos anos 1700, a mineração teve o seu ciclo com participação fundamental nas exportações especialmente em Minas Gerais. Foram anos nos quais nossas cidades históricas mais se desenvolveram lembrando-se Ouro Preto, Mariana, Sabará, São João Del Rei, Diamantina e Paracatu. As estradas como a Estrada Real, as trilhas, os Bandeirantes, as fazendas para alimentar os escravos e a vinda de estrangeiros  são marcos desta verdadeira epopeia.

Durante o período do Império tivemos grande desenvolvimento sob o comando de Dom Pedro II (pouco reconhecido na História), com os investimentos do Visconde de Mauá  e tantos outros brasileiros ilustres . Os financiamentos ingleses possibilitaram a construção de estradas de ferro e o crescimento do país com a exportação sempre presente.

A pecuária e a produção agrícola continuaram seguindo a trilha aberta pela cana de açúcar e a exploração da borracha, acrescidas do cultivo do café que lastreavam nossos empréstimos e acesso a produtos industrializados.

Após a Proclamação da República a chamada ”Política Café com Leite” colocou Minas Gerais e São Paulo na liderança nacional.

Com JK, o Brasil se abriu ao Mundo e buscou liderar a América Latina se industrializando. JK abriu as fronteiras internas rumo ao interior do país e vivendo uma democracia plena.

Já no período militar vivemos nova arrancada com o  Pro-Alcool e a conquista do Cerrado com dois mineiros, Aureliano Chaves e Alysson Paulinelli, respectivamente.

Na época mais recente, após a verdadeira revolução econômica que foi o Plano Real, as atenções mundiais se voltaram novamente para o Brasil. Aqui em Minas procuramos criar condições que garantissem o desenvolvimento e entre as providências relevantes para fomentar a exportação criamos o Aeroporto Industrial de Confins e ampliamos o número de Portos Secos de 2 (BH Varginha) para 5 (acrescentando Uberaba, Uberlandia e Juiz de Fora). Outros são necessários como Montes Claros e Ipatinga defendidas e necessárias há mais de 25 anos. Urge a ação de nossa classes produtoras e de nossos representantes.

Recebemos em um curto período de 4 anos a visita de 6 dirigentes internacionais , o Imperador do Japão, os Presidentes de Portugal, do Líbano ,da India e do Paraguai, o Arquiduque de Luxemburgo, além de Embaixadores e Presidentes mundiais de grandes empresas m como A FIAT e a Mercedes Benz sempre participando de encontros produtivos no histórico Palácio da Liberdade. (ver livro “O X no lugar certo”)

Minas continua liderando nossa Balança Comercial com grande participação nas exportações de minérios, de produtos siderúrgicos e de produtos agropastoris. Precisamos de uma nova “Abertura dos Portos” que diversifique nossa economia criando novos empregos e atendendo a nova realidade tecnológica mundial.

Crédito da foto: Pixabay